Gata promove calote na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, e deixa trabalhadores à mingua

Mais uma para conta

Mais uma gata está promovendo uma "farra" na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, e nas unidades da Transpetro abrangidas pelo Litoral Paulista. A bola da vez é a Provac que atua no ramo de manutenção predial, limpeza, áreas verdes, pequenas obras e logística do coque. A empresa há mais de dois meses vem apresentando problemas estruturais como atraso no pagamento dos salários e no vale-alimentação. No dia 30 de janeiro não foi pago o vale e nem efetuado o repasse do salário no 5º dia útil. Esse é mais um caso clássico de terceirizada que não segura o valor do contrato firmado com a gestão da Petrobrás e promove calote jogando a conta “nas costas” da força de trabalho.

Diante disso, na manhã desta terça-feira (08) os trabalhadores de diversas áreas da contratada realizaram uma pequena paralisação com o apoio do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista encabeçada pelo coordenador geral, Fábio Mello. O dirigente se comprometeu em buscar informações para saber como está a situação do contrato da empresa com a Petrobrás e também entrar em contato com os sindicatos coirmãos, entre eles, da limpeza e construção civil para organizar uma possível mobilização caso a força de trabalho não receba o que é devido.

Essa situação é absurda! O trabalhador ser obrigado a cumprir jornada sem receber um centavo é inadmissível! O Sindipetro-LP está solidário na organização desse movimento se for necessário.

Nosso entendimento é de que todos esses problemas são única e exclusivamente de responsabilidade dos gestores da Petrobrás que só visam pegar o menor valor nas licitações sem se preocupar com o histórico da conduta da empresa contratada ou simplesmente saber se ela possui lastro financeiro. A Administração da Petrobrás prefere o lucro a qualquer custo, do que prezar pela manutenção dos empregos e dignidade dos trabalhadores contratados pelas empreiteiras.

Para piorar o quadro, o Setor de Suprimentos e Serviços (SBS) da Petrobrás, responsável pelas licitações e contratações, está localizado no Rio de Janeiro e simplesmente não tem acesso ao que acontece nas unidades de todo o país. Toda vez que uma empresa entra no Sistema Petrobrás e lesa a força de trabalho, quem sente na pele e no bolso não é nenhum desses dos grupos de contratação, mas sim, só o trabalhador “chão de fábrica”.

O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista há cinco anos vem denunciado sistematicamente a política de contratação da Petrobrás e exige que ela seja revista. O Sindipetro é contrário à terceirização dos serviços da empresa e defende a abertura de concursos, mas entende que os trabalhadores das gatas não devem ser responsabilizados pela má gestão da empresa.

Além disso, vem lutando para que os gestores da Petrobrás criem um fundo garantidor e pagamento quando houver calote e assim que a gata se recuperasse que restabelecesse o valor usado do fundo.

O que não pode acontecer é o trabalhador prestar serviço e ficar “a ver navios” enquanto os donos da terceirizadas não têm prejuízo algum. Os petroleiros terceirizados da Provic ficaram sem honrar compromissos ontem (07) como pensão alimentícia, aluguel, água e luz, graças a essa política nociva de contratação. O que os gestores da Petrobrás e os donos dessas empresas terceirizadas não enxergam é que os boletos não esperam a boa vontade de ninguém e que os trabalhadores têm que ter segurança financeira para honrar seus compromissos.

O Sindipetro-LP está nessa briga ao lado da força de trabalho desde sempre e luta sem descanso para que essa política de contratação seja mudada.