Trabalhadores da plataforma de Merluza são obrigados a arriscar a vida para testar bote de resgate

Risco grave e iminente

A Petrobrás investiu somente no ano de 2020 mais de R$ 34,2 milhões de reais em treinamentos a toda sua força de trabalho. Um deles chama a atenção: com foco estritamente no humano, o treinamento em fatores de risco não foi suficiente para que todos os tripulantes do bote de resgate de Merluza (MLZ) conseguissem impedir o treinamento de descida dos mesmo até a agua.

Os trabalhadores aprenderam através desta técnica a se utilizar do PPP (Pausar, Processar e Prosseguir), mas em MLZ, o que vale mesmo é o assedio moral, a exposição ao risco, e o cometimento de crime conforme cita Art. 132: Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Pasmem, o geplat de plantão ignora e não faz isso de hoje, o faz de longa data, já são inúmeras as matérias veiculadas por este sindicato denunciando a conduta deste incompetente que conta com aplausos de seus gestores para colocar vidas em risco.

Conforme relato dos trabalhadores, todos foram obrigados a descer com bote, mesmo com um relatório de empresa certificada pela Marinha dizendo o contrario, esta mesma empresa se negou em janeiro a fazer a descida do bote, tudo porque diversos certificados do equipamento não estão conforme as normas. A esculhambação é tamanha que ate a empresa contratada com finalidade para este fim se negou a faze-lo, mas os trabalhadores não tiveram a mesma sorte.

Esta mesma empresa gerou relatório que esta sob sete chaves, mas seu conteúdo é de conhecimento dos trabalhadores, pois são eles que convivem com os riscos no dia a dia. Tais riscos, inclusive, impedem a operacionalidade do equipamento e assim sendo, a unidade não pode receber vôos, também não pode realizar atividades com risco de projeção ao mar, uma vez que sua salva guarda esta condenada.

Hoje (23) a UN-BS deverá registrar mais um desvio crítico, pois ocorreu a deformação pela segunda vez do gancho de içamento da estrutura do Bote de Resgate Rápido devido às péssimas condições que o equipamento se encontra.

Será que o relatório da empresa certificadora não bastava? O geplat tem mesmo que trabalhar no limite do artigo 132, e expor a vida de trabalhadores ao risco de morte, diversos pais de família? E por falar em morte, tivemos na semana passada, dia 19 a morte de mais um trabalhador, dentro da Reduc, dentro de espaço confinado, será que nem assim ascende a luz de atenção? Onde esta o direito de recusa preconizado no treinamento fatores de risco? Onde esta o refletir sobre a necessidade de expor as pessoas e mesmo com tudo isso, DECIDIR EXPOR? Isso não configura crime?

É de pleno conhecimento dos geplats e gerentes a atual situação de MLZ e seus equipamentos, mas nem assim foram barreiras suficientes para impedir o cometimento de tal insanidade.

Será mesmo que os querismos e os desejos mais insanos podem com tudo desrespeitar as leis e as normas, oque mais a Petrobrás esta esperando para agir, mais um óbito?