Litoral Paulista aprova estado de greve e rejeitam proposta da empresa de retirada direitos!

Vamos à luta!

Os petroleiros e petroleiras do Litoral Paulista, aposentados, pensionistas e trabalhadores da ativa, decidiram, nesta terça-feira (21), por unanimidade, rejeitar a proposta da Petrobrás para o acordo coletivo dos trabalhadores (ACT) e mais importante: os mais de 250 petroleiros presentes nas assembleias, além de rejeitar por unanimidade a proposta, aprovaram estado de greve e mandaram recado ao presidente Bolsonaro e Arthur Lira, aprovando greve com início a partir da apresentação de projeto do governo no Congresso para privatização da Petrobrás.

Os petroleiros aprovaram também Assembleia Permanente, para garantir respostas rápidas às negociações, que começaram com afronta da atual gestão da Petrobrás apresentando como “proposta” retirada de direitos e conquistas históricas dos trabalhadores no acordo coletivo.

Os petroleiros chegaram ao sindicato revoltados com a proposta da Petrobrás. Se a gestão da empresa pensou que iria abalar a autoestima dos petroleiros, provocou em todos o sentimento de indignação e vontade de lutar. 

E luta foi a palavra de ordem durante todas as intervenções dos trabalhadores, pois mais importante do que o ACT, que nada valerá se não existir Petrobrás, a categoria está motivada a realizar a maior greve, desde 1995, contra a privatização da empresa. 

As assembleias começaram logo cedo, com os grupos de turno nas unidades operacionais da UTGCA, em Caraguatatuba e Pilões, com votação unânime em todas as pautas. Nas plataformas o resultado foi o mesmo.  À tarde, o grupo 3 da RPBC, UTE e Tebar também seguiram o indicativo do sindicato.

Na segunda-feira (20), a FNP e sindicatos tiveram a primeira reunião com a Petrobrás para discutir sobre ACT, ocasião em que foi apresentada a proposta da empresa. A atual gestão resolveu declarar guerra à categoria petroleira e preparar o caminho para a privatização. Para facilitar isso, quer que o petroleiro abra mão de direitos básicos, como a reposição da inflação, oferecendo míseros 5% no salário básico, RMNR, estado do Amazonas e VR/VA. O reajuste proposto não garante sequer a reposição da inflação, que até o momento está em 11,73% e que até o fim de agosto, quando termina a data base da categoria, está estimada em 13%.  A proposta nega qualquer reajuste real. A proposta prevê ainda retirada da AMS do acordo coletivo e paridade na contribuição do benefício, atacando diretamente os aposentados e pensionistas. Outra atrocidade contida na “proposta” está poder demitir petroleiro a bel prazer, retirando a cláusula que proíbe demissão sem justa causa em meio a ameaça de privatização e excluir o Parágrafo 4° da Cláusula 42, que proíbe demissão sem justa causa. Veja a proposta na integra no link.

Em favor da greve da categoria temos mais da metade dos brasileiros, que declararam em pesquisas que são contra a privatização da Petrobrás. Isso porque a população entendeu que o governo Bolsonaro tem feito uma verdadeira transferência de renda dos trabalhadores brasileiros, mantendo a Política de Preços de Importação (PPI), que joga o valor dos combustíveis às alturas, gerando recordes de lucro, que já ultrapassam R$ 106 bi e que são repassados a acionistas, em sua maioria estrangeiros. Na contramão da comemoração dos investidores da bolsa de valores, está um povo sofrido, cerca de 33 milhões de brasileiros, que passam fome no país considerado “celeiro do mundo”. Já os que não passam fome, veem seu poder de compra diminuir a cada dia, assim como perdem em qualidade de vida.

A distopia é tanta no governo Bolsonaro, que muitos motoristas estão surpresos em ver pela primeira vez o preço do diesel ultrapassar o preço da gasolina. Isso refletirá diretamente no frete dos mantimentos e toda cadeia produtiva, gerando mais inflação e fome.

Durante as manifestações dos trabalhadores, o presidente da Associação Nacional do Transporte no Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, que lidera a Caravana Soberano Brasil, declarou apoio a greve dos petroleiros, disponibilizando parte da categoria dos caminhoneiros na luta contra o PPI.

O Sindipetro-LP dá o start nas votações da proposta da Petrobrás. Assim como em 2015, quando puxou a greve da categoria petroleira, a FNP pretende conduzir as assembleias em suas bases tão logo receba uma proposta da empresa, dando resposta rápida aos ataques e puxando as decisões dos demais sindicatos em votação. O tempo conta contra o petroleiro, portanto não devemos vacilar em nossas ações. 

A categoria inicia a campanha do ACT lutando pela Petrobrás e declarando guerra a privatização!