Petrobrás faz parte de 'carrossel de inimigos artificiais' de Bolsonaro, analisa jornalista

Na mira do governo

Enquanto o litro da gasolina chega a quase R$ 9,00 nos postos, a Petrobrás enfrenta mais instabilidade nesta semana. A estatal passa pela quarta troca de comando em 3 anos e meio, pressionada pelo governo Bolsonaro, que agora defende a abertura de uma CPI para investigar as políticas de preços e os gestores da estatal.

Hoje, o conselho da Petrobrás é formado por 11 membros, dos quais seis foram indicados pelo próprio governo, acionista majoritário da estatal. Atualmente, o presidente da República é responsável pela indicação dos nomes para a presidência da Petrobras.

É diante da atual relação entre a estatal e o governo federal que o colunista Carlos Andreazza define a Petrobrás como parte de um "carrossel de inimigos artificiais" criados por Bolsonaro.

"A Petrobrás não é um inimigo novo, mas cresceu muito recentemente em função da dimensão eleitoral, da pressão inflacionária ", analisa Andreazza.

"Atacar a Petrobrás nesse momento é muito oportuno. Mostra que 'estou tentando, estou lutando, gostaria de fazer mais, mas não tenho controle", explica o colunista.

Andreazza ainda aponta o fato de que, ao longo da cruzada contra a Petrobrás, Bolsonaro e auxiliares jamais colocaram em discussão a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), dado essencial da equação.

"Se fosse o interesse de, por exemplo, modificar o preço de paridade internacional, ele [Bolsonaro] poderia ter feito, inclusive numa época mais oportuna - não depende de legislação para isso. Ele poderia ter feito no ano passado, quando demitiu o primeiro presidente - nós estamos indo para o quarto."

Para o jornalista, do barulho todo restará uma conta de pelo menos R$ 50 bilhões que conseguirá, no máximo, “maquiar a bomba de gasolina até a eleição”.

Fonte: G1