Dia do combate à poluição: Petrobrás segue mau exemplo na contramão da preservação ambiental

Lucro fala mais alto

Partindo do princípio que a vida do planeta depende do meio ambiente, que há tempos vem sendo castigado por variados tipos de poluição que empobrecem o solo, contaminam a água dos rios e mares, que rompem a proteção atmosférica com a liberação de gás carbônico, em troca do lucro imediato. Fica a pergunta: Estamos dispostos a pagar para ver quanto o Planeta ainda aguenta?

A Petrobrás figura neste cenário como uma grande vilã. Sua trajetória vem sendo marcada por “acidentes” que poderiam ter sido evitados e nos últimos anos, sob o risco de privatização e comandada por um governo ultraliberal, tem se afastado cada vez mais do debate. Entre os anos de 2019 e 2020 foram registrados 23 vazamentos de óleo no mar e nas praias, causando sérios danos à vida marinha, ao solo, a fauna e a flora. No mesmo ano de 2019 a Petrobrás entrou na lista das 20 empresas que mais poluem do mundo.

Segundo estudo do economista do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese) e do Observatório Social do Petróleo (OSP), Gustavo Machado, houve uma drástica redução nos investimentos de projetos socioambientais de R$ 495 milhões em 2013 para R$89 milhões em 2020. Como consequência, políticas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) que tem a função de contribuir com o desenvolvimento sustentável e garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável são cada vez mais ignoradas. Entre os inúmeros projetos prejudicados por esse corte está o Projeto Tamar, de proteção às tartarugas. Projeto esse que se tornou referência mundial por ter devolvido cerca de 40 milhões de tartarugas para o oceano, e que tinha na Petrobrás uma de suas principais patrocinadoras.

Diante da privatização da empresa, que está sendo fatiada no mercado, perdendo refinarias, terminais, gasodutos e uma série de estruturas estratégicas, há grandes riscos de acidentes ambientais, potencializados pela falta de compromisso de empresas privadas, que estão voltadas a gerar lucro para seus acionistas. Exemplos não faltam. As cidades Mariana e Brumadinho, que abrigaram a estatal “Vale do Rio Doce”, hoje convivem com os estragos e lembranças da morte de centenas de seus cidadãos, vítimas de acidentes ambientais causados pelas privatizadas “Vale” e “Samarco”, que seguem atuando sem ter responsabilizado sequer um de seus representantes.

Seguindo a pauta privatista do governo Bolsonaro, o velho método do “sucateamento” está a toda na Petrobrás, com equipamentos sendo desgastados, sem passar por manutenções periódicas, até o ponto da inoperância, sem contar na redução do efetivo operacional, de fiscalização etc.

Essa tática de sucatear para ter argumentos que dizem que a estatal não gera lucro e precisa ser privatizada já é conhecida, e esse “modus operandi” gera “acidentes” que seriam completamente evitáveis se tivessem a rígida fiscalização feita pelo Estado.

O Brasil é signatário de diversos pactos globais como a Agenda 2030 e o Protocolo de Kyoto, cujos objetivos de ambos é a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, e acabar com o uso de combustíveis fósseis ao redor do globo. No entanto, o atual governo, que também atua na gestão da Petrobrás, ignora todos os compromissos comprometendo o meio ambiente e arriscando a vida dos trabalhadores, em troca de uma pauta econômica que só favorece os mais ricos.

Um dos papeis do trabalhador petroleiro próprio do Sistema Petrobrás é de fiscalizar e denunciar as más práticas das gerências das unidades, que colocam os resultados por performances acima da Segurança e Saúde dos trabalhadores e da proteção ao Meio Ambiente. Felizmente, ainda encontramos na categoria trabalhadores comprometidos com esse ideal.

Salve 14 de agosto, data reservada para nos lembrarmos da importância do combate à poluição ambiental, que nunca podemos esquecer.