Ativo Tupi cancela desembarque dos trabalhadores gerando revolta e prejuízos financeiros

P-67

A “lei do cão” parece que se instalou em definitivo nas plataformas da UN-BS. A gerência do Ativo Tupi não preza pelos funcionários e segue a cartilha do atual gestor do Polo que recebe o apelido de “capeta” de tanta maldade que tem feito.

Na P-67 a situação está bem crítica. Pela terceira vez consecutiva o voo de desembarque foi transferido sem a menor explicação. Na noite de segunda-feira (22) os trabalhadores da produção e embarcação ficaram sabendo da mudança e fizeram um protesto a bordo. Os petroleiros não foram para a área trabalhar e reivindicaram a presença do Geplat na sala de controle. Eles exigiram que o gestor tomasse providência para minimizar os impactos dessa nova “moda” instalada na unidade offshore. Muitos estão perdendo valores das passagens aéreas de volta para casa já que moram em outros estados e pagam do próprio bolso o transporte. O clima está tão ruim e tenso que ninguém está querendo embarcar e graças a isso, tem dois trabalhadores afastados com problemas psicológicos.

A chefia dizer que tem que comparecer e desembarcar na base não está dando certo para quem trabalha embarcado. O RH da UN-BS tem que arcar com o transporte dos trabalhadores para casa depois de uma escala de trabalho em alto-mar já que a atividade que exercem gera grande parte dos altos lucros da empresa.

Os voos de Jacarepaguá para as plataformas são fretados e planejados. No local não existem voos comerciais. O entendimento dos embarcados é que existe um cronograma que deve ser cumprido e que só deve ser alterado em função de mau tempo ou alguma eventualidade e que  caso, seja feita alguma alteração na escala, a empresa pague a passagem aérea até o domicílio do trabalhador.

Diante de tantos problemas, os embarcados devem acionar a justiça para pleitear o pagamento. Para isso, basta apresentar no Departamento Jurídico do Sindicato todo o histórico de e-mail da empresa aérea e os vouchers dos voos perdidos.  Dessa forma, “doendo no bolso”, a gestão da UN-BS vai mudar a postura. O que vem ocorrendo até agora é que os chefetes fazem o que querem e desdenham da força de trabalho, achando que pode decidir a vida de todos. Esse tipo de conduta vem produzindo não apenas prejuízos financeiros, mas também problemas de saúde mental que não há dinheiro que reverta a situação. Não é a toa que representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) irão embarcar na P-67 para ver a situação da unidade e da força de trabalho. A culpa de tudo isso é dos gestores que não deixam ninguém trabalhar sem o mínimo de segurança.

Assembleia e veto
O cancelamento e alteração de voos não é um problema que ocorre apenas na P-67. Esse fato não segue isolado e se estende a todas as unidades offshore abrangidas pelo Sindipetro-LP. Na última semana a gestão da empresa e da UN-BS utilizou desse “artifício” para tentar coibir o acesso dos trabalhadores na assembleia que irá deliberar sobre o ACT. Isso se tornou rotina. A cada novo pleito as chefias tentam de todas as formas barrarem esse direito dos trabalhadores. Além de mudar as escalas de voo, a gestão ordenou o desembarque de trabalhadores que dão sempre  apoio ao Sindicato e priorizou a escala de terceirizados para que ninguém conversasse com os dirigentes do Sindipetro-LP.

A situação chega a ser bizarra e só demonstra que os petroleiros “amedrontaram” a chefia da UN-BS e da empresa. A velha máxima “quem não deve, não teme” deveria se aplicar nessa situação, mas a prática já demonstrou que essa não é a realidade.