Basta de abusos!
Nos dias 30 e 31 de agosto peritos e procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT-SP/RJ/Santos), auditores do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e do Ibama, em conjunto com a Anvisa e Sindipetro-LP, irão realizar auditoria na P-67, plataforma abrangida pelo Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista. O procedimento serve para averiguar as inúmeras denúncias de irregularidades feitas pelos trabalhadores através do Sindicato e entender esses erros para evitar que ocorram no projeto Ouro Negro, coordenado pelo MPT.
Segundo relatos, a situação na plataforma está tão insustentável que alguns embarcados foram afastados de suas atividades laborais por apresentarem problemas psicológicos. A diretoria do Sindipetro-LP tem acompanhado de perto a situação e levou ao conhecimento do RH da UN-BS todas as reclamações, mas até o momento o que ocorreu é que os problemas só se multiplicaram. Para piorar a situação, a gerência do Ativo Tupi segue o exemplo do gestor do Polo e tem praticado todo tipo de irregularidades possíveis.
Em alguns relatos, o assédio moral e a discriminação se tornaram prática comum. Os trabalhadores que se recusam a assumir função diferente da qual foram contratados, são ameaçados de não embarcarem mais e de cortes nos salários e no Prêmio por Performance (PPP), avaliado de maneira subjetiva pelos gestores. O mais absurdo é que todas essas ameaças são dirigidas aos concursados como se não existisse acordo coletivo de trabalho, contrato de trabalho ou leis trabalhistas que os protegessem.
Tal conduta é execrável, mas não causa espanto, já que seis petroleiros dessa mesma plataforma foram demitidos após participarem da greve deflagrada em fevereiro de 2020. O objetivo era coibir manifestações futuras dos petroleiros, mas o “tiro saiu pela culatra” já que as demissões foram consideradas pela justiça como arbitrárias e ilegais e todos foram readmitidos.
A coisa não para por aí. No local ainda existem inúmeros problemas já relatados ao MPT (e que não serão descritos aqui para evitar que a empresa “esconda a sujeira embaixo do tapete”), problemas estes já relacionados anteriormente para a empresa resolver.
A P-67 se tornou uma versão offshore dos “jogos mortais” já que no local são feitos “testes” para explorar os trabalhadores. Um deles é a proibição da passagem de turno acima de 10 minutos para não pagar hora extra. Para a chefia, não interessa se a planta ou a força de trabalho corem risco com tamanha ingerência. O que importa é poupar e fazer “bonito” para a coordenação e ganhar “pontinhos” no PPP.
A situação da plataforma não é isolada na Bacia de Santos. Há relatos de abusos em outras unidades de mar. A realidade é tão triste e devastadora que existe um ranking dos locais que mais contabilizam assédio. É óbvio que a P-67 está no pódio sendo seguida da P-66 e P-69.
O Sindipetro-LP orienta que os trabalhadores não se calem e denunciem todo e qualquer tipo de irregularidade aos diretores de base, via whatsapp (clique aqui), ou liberados que dão plantão semanal no aeroporto de Jacarepaguá. Além disso, orienta também os embarcados da P-67 para exporem questões que não foram apresentadas ao Sindicato aos peritos do MPT para que eles abram sindicância para punir a gestão da UN-BS e do Polo Tupi que corroborou com todos os desmandos e ataques que têm ocorrido no local conforme denunciado nas últimas matérias publicadas pelo sindicato:
GESTÃO DO ATIVO TUPI CANCELA DESEMBARQUE DOS TRABALHADORES GERANDO REVOLTA E PREJUÍZOS FINANCEIROS
GERENTE DA P-67 IMPEDE DESEMBARQUE DE TRABALHADOR EM LUTO E FAZ VAQUINHA PARA PRESERVAR CORPO DA MÃE
TRT MANTÉM A DECISÃO CONTRA DEMISSÕES ARBITRÁRIAS E PUNIÇÕES DOS TRABALHADORES DA P-66 E P-67
“GATA” QUE PRESTA SERVIÇO NAS PLATAFORMAS “BURLA” JUSTIÇA E NÃO PAGA DIAS DE CONFINAMENTO
GEPLATS DA P-67 NÃO QUEREM QUE OS TRABALHADORES SE ALIMENTEM DURANTE O TURNO
REUNIÃO VIRTUAL COM PETROLEIROS DAS PLATAFORMAS PREVÊ AÇÕES FRENTE À PANDEMIA E PREJUÍZOS CAUSADOS PELA EMPRESA
P-67 TEM ÁGUA SALOBRA, IMPRÓPRIA ATÉ PARA O BANHO
COM VÁRIOS CASOS DE COVID, GESTÃO DA UO-BS MANTÉM TRABALHADORES HÁ MAIS DE 20 DIAS EMBARCADOS
GESTORES DA UN-BS ADOTAM POLÍTICA NEGACIONISTA DIANTE DE SURTO DE COVID-19 NA P-67
SINDIPETRO REVERTE DEMISSÕES E PUNIÇÕES DE TRABALHADORES QUE PARTICIPARAM DE GREVE
P-67 PUNE OPERADORES POR VAZAMENTO DE DIESEL NO MAR OCASIONADO POR ERROS DE GESTÃO
SOB SUSPEITA DE COVID-19, GERENTE EMBARCA NA P67 E CORTA COMIDA DOS TRABALHADORES
SINDIPETRO-LP REVERTE DEMISSÃO DE PETROLEIRO DA P-67 COM DECISÃO QUE BENEFICIOU OUTROS CINCO TRABALHADORES
SINDIPETRO-LP CONQUISTA LIMINAR COM REINTEGRAÇÃO DE PETROLEIROS DEMITIDOS DA P-67
PETROBRÁS DEMITE TRABALHADORES DE PLATAFORMAS EM PLENA CRISE CAUSADA PELO NOVO CORONAVÍRUS
NAS PLATAFORMAS, GREVE ENFRENTA PRÁTICAS ANTISSINDICAIS, "VISITAS" DA PM E DESCASO AOS TERCEIRIZADOS
EM GREVE, PETROLEIROS AFETAM PRODUÇÃO E RESISTEM AO ASSÉDIO DA DIREÇÃO DA PETROBRÁS