Petrobrás proíbe adesivos de políticos no Valongo, mas faz vista grossa para apoio ao atual presidente

Gestão antidemocrática

Nesta semana, após o primeiro turno das eleições, petroleiros de diversas unidades do Sistema Petrobrás foram surpreendidos pela determinação do corporativo da empresa, no Rio de Janeiro, que está exigindo que para entrar nos estacionamentos da companhia é preciso que o empregado, próprio ou terceirizado retire adesivos políticos de seus carros. No Litoral Paulista, a proibição está sendo feita no Edisa Valongo.

Essa decisão já foi denunciada na refinaria de Paulínia (Replan), e na Bahia, locais que a empresa também proibiu manifestações políticas em forma de adesivos nos veículos.

Ocorre que em abril de 2022 a empresa já havia notificado os trabalhadores, baseada na Lei 9.504/97, que versa sobre condutas proibidas a agentes públicos, categoria que os trabalhadores petroleiros fazem parte, tal proibição.

No entanto, a decisão tem irritado alguns trabalhadores, pois o uso de símbolos e frases que identifiquem o empregado como apoiador de determinados candidatos não foram proibidos, como no caso da bandeira nacional e frases como “Brasil Acima de tudo, Deus acima de todos”, que foram incorporados à campanha do atual presidente.

A medida pode parecer coerente, frente à polarização das eleições nos últimos anos, no entanto é de conhecimento de todos os trabalhadores o posicionamento da atual gestão da Petrobrás, que está totalmente alinhada ao presidente da situação. Vale lembrar que os adesivos de campanha política nos carros são regulamentados legalmente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para o sindicato, uma vez que a empresa faz vistas grossas para o posicionamento político de gestores e empregados que defendem a pauta da privatização e desmonte da Petrobrás, o que temos é uma atuação antidemocrática e arbitrária dentro da companhia, com viés favorável ao atual presidente.

Durante os últimos seis anos temos visto as movimentações dos gestores da companhia para a privatização da Petrobrás. Para isso, nossos direitos sendo atacados pela atual gestão da Petrobrás, que atuou para o fim de benefícios conquistados com luta, vemos o enfraquecimento, encarecimento e precarização de nossa AMS e aumento da Petros, por meio de sucessivos equacionamentos, dentre outros.

Diante desses ataques, e tendo em vista que a atual gestão da empresa tem um lado, nada mais justo do que permitir o direito do trabalhador se manifestar por esse ou aquele candidato, da forma que melhor o aprouver. De outra forma, mais uma vez os gestores da empresa se mostram contrários à democracia.