Salário mínimo perde poder de compra de botijão de gás. Preço do produto aumentou mais do dobro da inflação

Carestia

Preço do produto aumentou mais do dobro da inflação ao longo do governo Bolsonaro

A estratégia do presidente Jair Bolsonaro de conter artificialmente os preços dos combustíveis às vésperas das eleições não teve impactos sobre o segmento mais pobre da população que depende do botijão de gás para cozinhar. A relação entre poder aquisitivo do salário mínimo e compra de combustíveis perdeu fôlego ao longo do atual governo, pautado pela política de preço de paridade de importação (PPI). Em outubro deste ano, um salário mínimo é capaz de adquirir apenas 10,8 botijões de gás (GLP), abaixo das 12,2 unidades de 2021 ou dos 14,8 bujões de 2020. O mesmo ocorre com o diesel. Atualmente, o salário mínimo tem capacidade de comprar 180 litros do óleo. Em 2021, era possível adquirir 241 litros; e em 2020, 305 litros.

Os levantamentos são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)/subseção Federação Única dos Petroleiros (FUP), com base em preços acompanhados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Durante o governo Bolsonaro (de janeiro de 2019 a outubro de 2022), o preço do gás de cozinha aumentou 62% para o consumidor, passando de R$ 69,20 o botijão para R$ 112,13, em média. Com isso, o GLP subiu mais do dobro da inflação, de 25,3% no período. Enquanto isso, o salário mínimo, sem ganho real, teve reajuste de 21,4%.

No diesel, o aumento de preço no posto de revenda, ao longo do atual governo, foi de 95%, em média, passando de R$ 3,45 o litro para R$ 6,73 – quase quatro vezes mais que a inflação. O óleo diesel tem efeitos diretos sobre o custo do frete e, consequentemente, sobre a inflação de alimentos, que acumula alta recorde, pós Plano Real, de 9,54% em janeiro/ setembro deste ano, segundo o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: Monitor Mercantil