Abuso
A gestão da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, tem se empenhado em tornar a unidade o pior local do Sistema Petrobrás no trato com os trabalhadores. Os ataques à força de trabalho são constantes e o mais recente ocorreu na última terça-feira (12).
A chefia resolveu obrigar alguns petroleiros a folgar para zerar o banco de horas, o que deixou o efetivo da equipe da operação reduzido que vai à contramão das diretrizes de segurança. Isso por si só é um absurdo porque os gestores incorreram em dois erros: a folga forçada, que descumpre o ACT, e redução de efetivo que deixa a unidade em risco, mas a coisa não parou por aí.
A UTGCA teve um shutdown e alguns operadores ficaram sem comer porque o problema ocorreu justamente no horário de almoço. Para não impactar no funcionamento da unidade, e, consequentemente, na lucratividade da empresa, os trabalhadores foram obrigados a ficar sem refeição.
A gerência da unidade é recorrente em assediar os trabalhadores, promover verdadeiras lambanças e aplicar mudanças unilaterais, que provocam a revolta da categoria. Os petroleiros estão no limite da paciência.
O Sindipetro-LP vem denunciando sistematicamente a situação dessa unidade e há muito tempo solicitou, por ofícios, que a gestão apresente e discuta o quadro mínimo da operação e sobreaviso, mas, até o momento, não obteve resposta. Eles estão esperando acontecer uma grande tragédia para começarem a se “coçar” e fazer a coisa certa. O mais absurdo disso tudo é que “o pau que bate em Chico não bate em Francisco” porque quando a categoria está em greve, lutando por um ACT justo, por exemplo, as gerências entulham a UTGCA com fura greve, mas para garantir a segurança da planta e da região no entorno pode ficar apenas um trabalhador tomando conta da área.
Banco de horas
A Diretoria do Sindicato alerta os trabalhadores da UTGCA e de todas as unidades do Litoral Paulista que mesmo que esteja estipulada na 11ª cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria, não há obrigatoriedade de compensação das horas extras. Os gestores não podem exigir que os petroleiros folguem e muito menos que essas horas sejam transferidas. Tudo deve ser negociado e acordado previamente e o que extrapolar disso é assédio, coação e fere direitos. Vale lembrar que essa postura intransigente implica em tomada de medidas mais incisivas para coibir esse tipo de conduta. A gestão tem que se responsabilizar pelos erros que comete nem que isso signifique deflagar uma greve e buscar na justiça o que é nosso por direito!