Gerência da UTGCA mantém em uso compressor emanando benzeno para cumprir meta e receber bônus

Tudo por um abono

Uma denúncia grave dos trabalhadores da UTGCA alerta a categoria para os perigos das metas da gerência em detrimento da segurança. Um dos compressores de reciclo da UTGCA está a algum tempo apresentando vazamento, sem que a gerência tome uma providência efetiva para reparar o problema. Graças ao trabalho da CIPA da unidade, foi comprovado e reconhecido pela gerência, que os gases que vazam do compressor de reciclo contém benzeno, dentre outros gases perigosos para a saúde do trabalhador.

Sabendo que não há dosagem segura para exposição ao benzeno, por ser uma substância cancerígena, ao invés de parar o compressor e recuperá-lo, a gerência da UTGCA tem obrigado os trabalhadores ao uso de máscaras para manusearem o equipamento. Além disso, a gerência criou uma planilha de revezamento desses equipamentos, onde o compressor com defeito passa a ser utilizado juntamente com outros equipamentos, em melhores condições, sem o devido conserto. 

Para o gerente da unidade, a exposição dos trabalhadores ao benzeno expelido pela máquina é um "mero percalço", que pode ser resolvido com o simples uso de máscara, mas o que se esconde nessa decisão de sacrificar os trabalhadores é que se o compressor com defeito for para a manutenção, o gerente da unidade perderia pontos que comprometeriam seu desempenho e o recebimento de distribuição de lucros, reservados para as lideranças que possuem metas a cumprir, dentre elas manterem 100% dos equipamentos em funcionamento.

Nos últimos anos temos visto a escalada de irregularidades das gestões que se sucederam na Petrobrás, que estimularam apenas o bom desempenho econômico, seja por economizar em segurança, seja por tirar direitos dos trabalhadores, ou, como é o caso na UTGCA, camuflando problemas, ou gerenciando por fora das regras de acordo coletivo. *Vale citar uma outra ocorrência em que houve emanação de benzeno em área operacional, ocorrida em novembro passado. Na ocasião não houve comunicação formal à CIPA e ao sindicato e a gerência formou comissão de investigação para apuração do acidente sem a composição de representantes dessas duas entidades, desrespeitando o acordo coletivo de trabalho vigente.*

Após o sindicato enviar ofício questionando essa ocorrência, recebemos a seguinte resposta: "(...)Esclarecemos ainda que todos os eventos, incluindo os ocorridos no mês de novembro de 2022, foram devidamente registrados no sistema de gerenciamento de anomalias e tratados conforme sua classificação, seguindo o PP-1PBR-00150 - Gerir Anomalias de SMS(...)".

Ou seja, mais um acidente de processo jogado pra debaixo do tapete e tratado à revelia de participação dos trabalhadores, com o intuito de garantir os gordos abonos distribuídos às lideranças que fazem tudo para cumprir as metas, inclusive arriscando a vida e a saúde dos seus subordinados. Estamos de olho!