Sindipetro-LP tem reunião com RH e SMS da Petrobrás e apresenta demanda antigas para resolução da empresa

sob novo comando federal

O Sindipetro-LP participou de reuniões importantes com os RHs da Petrobrás nos dias 16, com o RH e SMS da refinaria de Cubatão e no dia 17 com o RH da UO-BS, cujo resumo será publicado em breve.
Na quinta-feira (16), o sindicato levou temas recorrentes nas reuniões entre sindicato e empresa, esperando que, com a mudança da gestão da Petrobrás com as indicações do governo federal, finalmente possamos avançar nesses pontos e virar a página para os novos desafios que se apresentam.

Separamos em tópicos para melhor descrever nossas demandas:.

Turno de 12horas
Já faz mais de um ano que os petroleiros da RPBC decidiram em assembleia pela implantação do turno de 12 horas na refinaria. O impasse para a implementação do turno de 12 horas se dá devido a cláusula no Acordo Coletivo da categoria, que impõe que para que isso ocorra, os trabalhadores devem abrir mão do passivo trabalhista, deixando de receber ou recorrer a ações que reparem alguma injustiça ou erros de cálculo praticados pela empresa. Na reunião com o RH, o sindicato questionou a gerência se haverá a implementação do turno de 12 horas com a subtração dessa cláusula, que foi rejeitada pela categoria e imposta como condicionante para a mudança ao turno de 12 horas. Em resposta, os representantes da companhia disseram que por hora não há pretensão de retirar essa cláusula do acordo.

Parada de Manutenção
O ano começa com mais um imbróglio em torno do Total de Horas Mensais (THM) dos trabalhadores do turno durante a parada de manutenção. Como nos anos anteriores, o sindicato recebeu denúncias de que supervisores da Petrobrás estão falando aos trabalhadores que a parada de manutenção será feita mudando o THM, passando das atuais 168 horas, para o regime administrativo eventual, que tem 200 horas mensais.

A categoria já se manifestou mais de uma vez contra essa imposição da empresa e o sindicato não concorda com essa mudança. Já discutimos amplamente esse assunto em outras paradas de manutenção na RPBC, inclusive com greve contra a mudança unilateral imposta pela empresa. O sindicato questionou o RH se a empresa vai manter essa arbitrariedade, uma vez que não está previsto no acordo coletivo a mudança de regime para administrativo eventual. 

O sindicato aguarda resposta urgente do RH e, caso a resposta seja mudar para o THM de 200 horas, já adiantamos o que fazer em reuniões setoriais e em breve divulgaremos datas de assembleias para iniciar a mobilização em defesa do THM de 168.
Ambiência no setor da Saúde

O sindicato discutiu com a empresa a necessidade de melhoria da ambiência para o setor de Saúde, em função dos problemas que a falta do efetivo de técnicos de enfermagem vem causando entre os trabalhadores. Com a falta de técnicos, os trabalhadores andam acumulando tarefas, sendo que muitas vezes não conseguem seguir a escala de folga da tabela de turno, por falta de efetivo suficiente para dar conta dos plantões. Com isso o estresse tem causado situações de confronto entre colegas, que estão sobrecarregados com tantas demandas e responsabilidades. Graças a essa situação, era de se esperar conflitos, o que ocorreu, seguido por punições aos envolvidos. O sindicato questionou essas punições que aconteceram no setor, provocada em boa parte pela falta de efetivo e também por causa da gestão não ter conseguido lidar com esse assunto junto aos profissionais de saúde. 

O sindicato exige que a empresa contrate urgentemente profissionais de Saúde, tão logo o resultado do concurso público aberto pela Petrobrás seja concluído. O setor precisa de total reforço, principalmente de técnicos de enfermagem para o turno, mas também existe a necessidade de contratação de mais enfermeiros e médicos. 

O sindicato está preocupado com a situação do setor, por todos estarem trabalhando demasiadamente e cobra uma ação efetiva da empresa. Ademais, o sindicato vai convocar reuniões setoriais nos próximos dias para tratar de assuntos relevantes do setor de Saúde. 

Treinamentos de operadores com redução de efetivo na CCI
Voltamos a assistir o problema que supervisores, a mando do gerente da destilação, têm causado aos trabalhadores, ao reduzir o número de operadores na CCI, para forçar os operadores a treinarem em outra área. Com isso, o único operador que fica na CCI acaba acumulando trabalho de outras unidades, o que provoca, além do acumulo de função, sobrecarga nas malhas de controle, colocando as instalações em sérios riscos de acidentes. O sindicato exige um efetivo maior que o de 2017, para poder garantir os treinamentos, as coberturas de férias e ausências dos trabalhadores, assim como segurança nas unidades.

Assédio no laboratório
Recebemos denúncia que a gerência do Laboratório tem controlado o uso da copa, tanto pelos trabalhadores próprios, mas principalmente pelos terceirizados que, sempre que possível,  tiram alguns minutos de pausa para tomar um café ou beber uma água na copa. Quando esses momentos ocorrem, os trabalhadores são vigiados pela gerência, que os assediam e faz comentários quanto ao tempo que permanecem no local. Além disso, a gerência leva esses comentários para os prepostos dos funcionários das terceirizadas que atendem o laboratório, como forma de intimidá-los, numa clara demonstração de assédio moral, para inibi-los de tirarem um tempo de pausa, para um lanche, uma água ou um café. Esse comportamento da gerência já havia sido apresentado uns dois anos atrás e agora volta a acontecer novamente. O sindicato cobrou do RH que o trabalhador tenha direito de, estando sua atividade em dia e sua área coberta, tirar um tempo de pausa para um breve café, no momento em que achar necessário. É de conhecimento do sindicato - que está atuando para combater mais esse abuso que vamos relatar - que nos últimos três anos os analistas contratados para fazer análises no Laboratório, são obrigados a ficar durante as oito horas de seu trabalho, em pé, pois temem punição por sentar. 

Transferência de funcionários entre gerências e unidades da Petrobrás
O sindicato levou mais uma vez para mesa de reunião com o RH sobre os quase dois anos que trabalhadores aguardam para serem transferidos, mas a gerência não se manifesta, empurrando o problema para um e outro, sem que ninguém se responsabilize. Solicitamos que esses casos sejam tratados o mais rápido possível.

Marcação de ponto do turno
O sindicato levantou o problema dos atrasos dos ônibus de turno na saída da jornada de trabalho e falou da necessidade urgente da gerência ordenar que retorne as marcações dos pontos eletrônicos do pessoal do turno junto ao ponto dos ônibus, na chaperia, onde sempre esteve, até três anos atrás.

Atraso nos ônibus do ADM
O sindicato apresentou para a gerência a situação de quando os ônibus do ADM, por algum motivo, atrasam sua chegada logo cedo na refinaria, o que provoca registro de ponto após 15 minutos de compensação de horário. O sindicato disse que todo atraso por culpa do ônibus oferecido pela empresa, deve ser abonado pela Petrobrás, pois não foi motivado pelo funcionário. A gerência do RH respondeu de pronto que a orientação passada aos supervisores é exatamente o que o sindicato pontuou, ou seja, todo atraso ocasionado pela demora do ônibus na entrada do ADM de manhã, incluindo o atraso da compensação de horário, deve ser abonada. 

Programa de treinamento dos novos operadores
O sindicato questionou ao RH quanto a qualidade do treinamento que está programada aos novos operadores que chegaram no mês de fevereiro na refinaria, oriundos da Bahia. Os diretores disseram que é preciso garantir um treinamento adequado, supervisionado e garantindo que eles não assumam as unidades antes da total qualificação para operar toda a sua unidade. O sindicato solicitou também que seja encaminhado o cronograma dos treinamentos, com a carga horária para cada unidade, conforme foi distribuído aos mais de 30 operadores na refinaria. Solicitamos também uma reunião de apresentação da diretoria e das atribuições do sindicato com todos, no auditório. 

Ônibus arrastão do almoço no CEAD
O sindicato foi informado que o ônibus utilizado para fazer o transporte dos trabalhadores das unidades da refinaria e da termoelétrica até o restaurante do CEAD mudou o local de parada. Anteriormente o veículo passava atrás do centro administrativo, passando agora para o estacionamento.
Ocorre que o estacionamento sofreu recentemente uma mudança em seu layout, alterando a configuração do local e o horário de saída dos ônibus, fazendo com que os veículos não fiquem parados no local e os funcionários, que antes podiam ficar aguardando o retorno do descanso dentro do ônibus, agora ficam em pé, no sol ou na chuva, sem lugar de descanso, até que o veículo retorne para as unidades. O sindicato cobrou do RH que reabra o espaço de vivência da refinaria, que foi todo desmontado alguns anos atrás, para que volte a atender todos os trabalhadores próprios e terceirizados, com estrutura completa, poltronas, sofás, televisores, água, café, internet etc. Solicitamos também o retorno do ônibus parado, durante o horário do almoço, dentro do NCAD.

Controle dos produtos no laboratório
O sindicato pontuou a falta de controle de insumos do Laboratório, que inclusive vem gerando problema de ambiência, no setor. De acordo com a gerência do Laboratório, um volume muito grande de acetona estava faltando na unidade, o que gerou murmúrios e desconfiança entre os trabalhadores do setor, causando grandes problemas de ambiência na área. No entanto, após vistoria do sindicato na unidade, constatamos que não havia um controle adequado do uso desse insumo. Diante dessa constatação, o sindicato repudia a atitude do gerente, que de forma prematura solicitou um DDS, juntamente com o setor de vigilância patrimonial, expondo os trabalhadores, sem considerar o controle inadequado do produto químico. 

Concursos públicos
Solicitamos à empresa informações sobre qual o quantitativo e cargos que a RPBC demandou para a sede da Petrobrás, com relação ao último concurso público realizado no ano passado e no que está em andamento, para reposição dos funcionários que a unidade perdeu, tanto pelos que saíram pelos PIDVs, quanto por outros motivos. O sindicato recomendou que a RPBC apresente nova demanda, levando em conta a reposição do efetivo que falta no Laboratório, no setor de Sáude, de técnicos de segurança, de manutenção, da operação e da área administrativa.

Assedio moral e Sexual
O sindicato levantou a preocupação devido ao grande número de denúncia de assédio moral, que está acontecendo na gerência de produção, em especial na destilação e no hidrotratamento, além da denúncia do laboratório, citado acima. Também surgiram denuncias de novos assédios sexuais no Sistema Petrobrás e dentro da RPBC. Solicitamos que a empresa realize uma campanha de conscientização sobre atitudes que caracterizam prática de assédio moral e casos de assédio sexual, entre os trabalhadores e dentro da hierarquia, com supervisores e gerentes como assediadores.  

Oficinas de manutenção
O sindicato falou com o RH sobre os problemas estruturais que existem nas oficinas de manutenção, oficina de calderaria, oficina elétrica, oficina de instrumentação e oficina mecânica. Com as últimas fortes chuvas que caíram na região, os problemas no telhado foram evidenciados, vazando muita água dentro das oficinas, chegando a acumular água em algumas áreas, onde há desnível no chão. Recentemente na oficina elétrica houve queda de telhas, após uma forte ventania, que caíram perto de algumas pessoas. O problema já havia sido apresentado pelo sindicato, inclusive pela Cipa e mais uma vez foi levado para a reunião com a empresa, pois a cada dia a situação piora e coloca todos os empregados das áreas citadas em risco.

Gasolina com benzeno na UTG
O sindicato solicitou que a empresa responda as demandas da Cipa, sobre o parecer técnico da engenharia, a respeito da substituição das bombas de gasolina com benzeno, na unidade de tratamento de gasolina (UTG).  A Cipa está cobrando esse parecer a muito tempo e o sindicato solicitou a indicação de quem é responsável pelo parecer e se também foi destinada verba para o projeto de adequação dessas bombas.
Maquinas "Topa tudo por dinheiro".

O sindicato pediu informações detalhadas a respeito do contrato da máquina que vende salgadinhos e bebidas, que foi implementado dentro da RPBC, inclusive solicitando informações se houve licitação, por onde e quem é o gerente do contrato, uma vez que a Petrobrás, por ser uma empresa pública, deve essas informações para a sociedade. A máquina em questão, apelidada pelos trabalhadores de “Topa tudo por dinheiro”, embora apresente nos rótulos dos produtos como sendo orgânicos, vende-os a preços exorbitantes, custando mais de duas vezes o que é oferecido por produtos parecidos fora da refinaria. 

Mal súbito na área operacional
Desde que a RPBC retirou dos terceirizado o direito ao café da manhã, em meados de 2015, o sindicato já alertava que voltariam os casos de mal súbito e desmaios na área, o que vem acontecendo todo ano. No mês passado tivemos mais um caso de mal súbito de trabalhador terceirizado, que trabalha pesado, “batendo marreta” na área, que desmaiou por falta de alimentação. Como em outras ocasiões, esse caso ocorreu antes do almoço, após um período duro de trabalho, sob o calor escaldante de verão, levando o trabalhador ao desmaio. Diante desses casos, o sindicato cobrou o retorno imediato do café da manhã, sob risco de uma fatalidade, mais dia ou menos dia. Vale lembrar que o café da manhã aos trabalhadores terceirizado foi implementado em 2011, graças ao trabalho dos cipeiros da época, que observaram que a maioria dos mals súbitos ocorridos na área aconteciam por falta de alimentação, com o trabalhador praticamente em jejum desde a noite anterior. O sindicato também solicitou que sejam fornecidos aos terceirizados que são expostos ao sol na área, água refrigerada e isotônicos, para suprir a perda de sais minerais durante os dias de calor, bem como também aos trabalhadores da parada de manutenção. 

Ônibus transporte de contratados
O sindicato solicitou que a gerência responsável pelos contratos de ônibus e que os vistoriam, se atentem não só a condição de segurança dos veículos que entram na refinaria com os contratados, mas também que observem os que não entram e deixam os trabalhadores na portaria. Isso porque na semana em que a reunião que relatamos aconteceu, tivemos o caso de um ônibus que perdeu a barra de direção, que quebrou durante o trajeto e por pouco não causou um grave acidente. Muitos ônibus fazem linhas em morros de Cubatão e Santos e se a quebra da barra de direção de um desses veículos acontecesse nesses locais poderia ocorrer um acidente com várias vítimas. 

A maioria dos pleitos apresentados para a gerência de RH não teve respostas no momento da reunião, no entanto, o sindicato aguarda o quanto antes que a empresa apresente as respostas e soluções para as demandas que foram apresentadas.

Seguimos vistoriando, denunciando e agindo em defesa da saúde e segurança do trabalhador!