FNP exige que a Braskem reconsidere sua decisão e reintegre o dirigente sindical, Valder Nelson Victor de Moraes Bello

Já!

No último dia 13 de março, a Braskem anunciou a demissão do dirigente sindical, Valder Nelson Victor de Moraes Bello, que atuava na Unidade de Cloro e Soda, localizada no bairro do Pontal, em Maceió. O sindicalista é trabalhador químico há mais de 46 anos. Durante mais de três décadas esteve à frente de diversas lutas dessa categoria, destacando as mobilizações contra a privatização da antiga Salgema, o combate a insegurança nas unidades e pelo banimento do amianto nas operações da fábrica, por ser um produto altamente cancerígeno. Victor também foi um dos grandes responsáveis pela unificação dos sindicatos do petroleiros e Sindicato dos Químicos de Alagoas e Sergipe,

De tempos em tempos, a Braskem “hiberna”, mas não demora para abrir todo o seu leque de maldades em vários sentidos. Essa empresa se acostumou a desrespeitar as leis e a confiar na impunidade, valendo-se do seu poderio econômico e das relações espúrias com alguns agentes públicos. Em 1997, por exemplo, o grupo Odebrecht, controlador da Braskem, demitiu, de forma ilegal e arbitrária, 10 dirigentes sindicais do antigo Sindiquímica.

A empresa sempre ousou violar a legislação, foi o que descobriu também a Operação Lava-Jato, quando revelou um grande esquema de corrupção contra a ordem tributária, lavagem de ativos e evasão de divisas. O sentimento de prepotência do comando da Braskem é tanto, que ela produziu o maior desastre ambiental urbano do mundo, provocando o afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e parte do Farol. A tragédia urbana em curso afeta cerca de 60 mil pessoas que foram obrigadas a desocupar suas moradias, por causa da ação predatória de extração de sal-gema por cerca de quatro décadas.

Por isso, não temos dúvidas de que a demissão de Victor Bello faz parte desse viés arrogante do grupo Odebrecht contra a organização dos trabalhadores/as e o movimento sindical combativo. No passado e agora, as práticas antissindicais da empresa teimam em afrontar a liberdade sindical ao ferir o artigo 8º da Constituição Federal e a Convenção 98 da Organização Mundial do Trabalho (OIT).

Pela imediata reintegração de Victor Bello

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) exige, desde já, que a Braskem reconsidere sua decisão e reintegre o dirigente sindical Victor Bello.  O companheiro faz parte dos grandes marcos da história do sindicalismo alagoano.

A FNP e o Sindipetro AL-SE convidam todo o movimento sindical brasileiro para uma ampla campanha de combate a essa política arbitrária da Braskem, que tem impactado na vida dos trabalhadores e de milhares de alagoanos.

Fonte: FNP