Graças à parada de manutenção, petroleiros da P-68, que estão na UMCP, ficam sem sinal de internet

Sem comunicação com familiares

Nem bem a parada de manutenção na P-68 começou e os problemas começaram a surgir.  A bola da vez é a falta de internet na UMCP da unidade. Graças a isso, os petroleiros estão sem comunicação com o mundo externo e passam dias sem comunicação com a família, não conseguem pagar contas ou simplesmente assistir a um filme em streamings nos momentos de folga. Esse fato não é isolado nas unidades offshore.

O Sindipetro-LP já denunciou problemas semelhantes em outras unidades, como na Plataforma de Mexilhão, que conta com apenas 8 megabits para a força de trabalho. O número parece piada, mas não é. Isso significa apenas 8 megabits de dados por segundo. Uma quantidade irrisória que deixa a navegação lenta, atrapalhando o trabalho dos embarcados.

A cobrança por planilhas, relatórios e preenchimento de sistemas é grande, mas rede de internet irrisória, assim como a eficácia da UN-BS. Com esse problema, os trabalhadores têm dificuldade em inserir dados na rede e acessar documentos importantes. Os dirigentes do Sindipetro-LP estiveram na plataforma, durante a operação Ouro Negro, onde puderam constatar que nos camarotes a condição de internet ainda é pior.

A falta de sinal infringe inclusive a NR 37 (37.14.8.1 – Item D) que determina que “na plataforma habitada devem existir meios e instalações para proporcionar condições de bem-estar a todos os trabalhadores a bordo, como: ... Acesso viável a rede mundial de computadores (internet), do tipo sem fio (wi-fi), ao menos nas áreas de vivência e alojamentos, para utilização recreativa e comunicação interpessoal, de acesso reservado a correio eletrônico, redes sociais e outros sistemas privativos, dimensionada de modo a atender ao quantitativo de trabalhadores no período folga, diuturnamente”.

No mês de agosto do ano passado a gestão da Petrobrás que pretendia habilitar a conexão de internet em 29 plataformas de petróleo próprias e em 17 unidades operacionais em terra até 2024, mas pelo visto a promessa ficou só no papel. A mudança melhoraria substancialmente a comunicação a bordo.

A Diretoria do Sindicato esteve reunida no final do mês passado com o RH da UN-BS e dentre várias demandas exigiu a solução desse problema. E alerta que se o problema não for corrigido irá encaminhar denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Infelizmente a situação dos trabalhadores embarcados está cada dia pior. As denúncias crescem exponencialmente graças ao sucateamento da Petrobrás promovido pelo último governo.