PRATES ANUNCIA MUDANÇA DE PLANOS E DIZ QUE PETROBRÁS FICARÁ COM A TBG, operadora do Gasoduto Brasil-Bolívia

Ela fica!

Um pequeno comentário feito pelo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, pode trazer grandes repercussões para o setor de óleo e gás. O dirigente da estatal escreveu em uma rede social que a Petrobrás vai desistir da ideia de vender o controle da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) – operadora do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). Respondendo a um comentário que defendia o fim da privatização da TBG, em seu perfil no Instagram, Prates disse: “Não vai haver. TBG fica!”.

A Petrobrás está tentando vender seus 51% de participação na TBG desde 2020, mas ainda não conseguiu avançar para o encerramento do processo de alienação. Atualmente, a venda está na fase vinculante. O negócio faz parte do Termo de Compromisso de Cessação de Prática (TCC) firmado entre a Petrobrás e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Pelo acordo, a Petrobrás se comprometeu a vender alguns ativos dentro do setor de gás natural, como forma de estimular a entrada de concorrentes no segmento. O TCC firmado com o CADE previa que o encerramento da operação fosse formalizado até 31 de dezembro do ano passado.

Nesta segunda (17), Prates reiterou a intenção de rever a venda da TBG, durante um evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Respeitamos as alegações do Cade, mas temos que nos defender tanto sobre os combustíveis, que nos obrigaram a vender refinarias, quanto na questão do gás. Vamos trabalhar na melhor forma possível e vamos ver o que vai acontecer com a TBG”, afirmou Prates durante o seminário Gás Brasileiro para Reindustrialização do Brasil.

Antes dessa declaração de Prates, a Petrobrás chegou a solicitar mais prazo para apresentar um novo cronograma de venda da TBG. Conforme noticiamos na semana passada, a Superintendência-Geral do CADE deu parecer opinando pelo deferimento do pleito, mas isso ainda deverá ser homologado pelo Tribunal Administrativo, o que não ocorreu ainda.

O Petronotícias solicitou um posicionamento formal à assessoria de imprensa da Petrobrás sobre o tema. A empresa ainda não havia respondido o pedido de comentário até o momento da publicação desta reportagem.

PRESIDENTE VISITA FPSO ANITA GARIBALDI E FALA DE PLANOS PARA O ESPÍRITO SANTO

No final da última semana, Jean Paul Prates esteve a bordo do FPSO Anita Garibaldi, que está em processo de comissionamento e testes operacionais no Estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo. A planta deve entrar em operação no segundo semestre do ano no campo de Marlim, na Bacia de Campos.

A visita de Prates acontece justamente no momento em que a Petrobrás concluiu a venda do Polo Norte Capixaba para a Seacrest. Havia um desejo e um movimento promovido por petroleiros para a suspensão do negócio. Além disso, o presidente Lula já afirmou em diversas ocasiões que era contrário à venda de ativos da Petrobrás. Nessa mesma linha, o Ministério de Minas e Energia chegou a pedir por duas vezes a suspensão de todos os desinvestimentos da Petrobrás.

Contudo, Prates não suspendeu a venda do Polo Norte Capixaba, alegando que todos os desinvestimentos que tiveram contratos assinados deveriam ser cumpridos. A visita ao Espírito Santo serve como uma forma de tentar reduzir o desgaste causado pela venda do ativo e para reforçar a ideia de que a petroleira não abandonará o Espírito Santo.

“Precisamos recuperar a conexão da Petrobrás com a vocação do Espírito Santo para a logística marítima e ferroviária e, também, revisitar o uso do edifício-sede de Vitória (EDIVIT) para atividades de processamento de dados exploratórios, guarda de testemunhos e amostras, interpretação e trabalhos de geologia e geofísica. Trabalhar a geologia e as ciências naturais a partir do EDIVIT me parece ser também um caminho rumo ao futuro energético e ambiental do Brasil, desde as fontes renováveis até a captura e armazenamento de CO2. As oportunidades são interessantes e a Petrobrás fica no Espírito Santo”, declarou Jean Paul Prates.

Em conjunto com o FPSO Anna Nery, o FPSO Anita Garibaldi compõe o Projeto de Revitalização dos Campos de Marlim e Voador. As duas novas plataformas têm capacidade de produzir, em conjunto, até 150 mil barris por dia(bpd), e substituem as dez unidades que produziam estes campos. O FPSO Anita Garibaldi será interligado a 43 poços, com pico de produção previsto para 2026, e produzirá óleo dos reservatórios de pós-sal de Marlim e Voador e do reservatório de pré-sal de Brava.

O Projeto de Revitalização de Marlim e Voador faz parte do Plano de Renovação da Bacia de Campos, que tem investimento previsto de R$ 18 bilhões no Plano Estratégico 2023-2027.

Além de destacar o trabalho voltado aos campos maduros da Bacia de Campos, em especial a Marlim, Jean Paul Prates reforçou, durante a visita, a importância do Espírito Santo na estratégia e na carteira de ativos da Petrobras. O Plano Estratégico 2023-2027 prevê a entrada em operação de 36 poços, a perfuração de cinco poços exploratórios, a aquisição de dados de reservatório e mais o início de produção do FPSO Maria Quitéria no projeto integrado do Parque das Baleias, em 2024.

Fonte: Petronoticias