Em reunião com RH, sindicato cobra pendências apresentadas na última reunião e pede novas contratações

RH da RPBC

Na terça-feira (25), a diretoria do Sindipetro-LP se reuniu com a gerência de RH da RPBC, para receber respostas sobre demandas apresentadas na última reunião com a empresa e apresentar outras demandas. Fabio Mello, coordenador do sindicato, começou cobrando resposta sobre a retirada da condicionante de renúncia do passivo trabalhista para assinatura do turno de 12 horas. O RH disse que até o momento a empresa não decidiu retirar essa cláusula e Mello respondeu que enquanto não houver a retirada da cláusula de renuncia do passivo, não há acordo.

O sindicato cobrou também resposta sobre o PHT da parada de manutenção e a empresa ficou de dar um retorno durante esta semana. Mello também reforçou que a empresa deve cumprir o acordo que foi feito com os trabalhadores para que não fosse deflagrada a greve e que a parada de manutenção seguiria os mesmos moldes de 2016 e 2018, inclusive a questão do PHT. O diretor exigiu uma resposta até o final da semana. 

Transferências - troca de posição
O sindicato também tratou sobre as solicitações de transferência de trabalhadores, que estão prontas há muito tempo, mas que não há empenho da gestão da Petrobrás e da RPBC para facilitar a vida o trabalhador. São casos que envolvem questão de saúde e convívio familiar e com as permutas devidamente programadas. O sindicato entende que a empresa não demonstra boa vontade para tratar do assunto e cobrou que todas as transferências questionadas pelo sindicato, seja por qual for o motivo, sejam efetuadas o mais rápido possível, pois não há motivos para tanta postergação.

Prata da casa na gerência
Mello destacou que nos últimos seis anos, nos governos de Michel Temer e Bolsonaro, se caracterizou uma prática de ocupação dos cargos gerenciais de pessoas oriundas de outras unidades. Para o sindicato, não é possível aceitar que não existam pessoas capacitadas dentro da RPBC que possam ocupar os cargos. Essas nomeações precisam ser revistas e as pessoas que há muito tempo trabalham e conhecem a refinaria e suas particularidade, precisam ser valorizadas. 

Treinamento dos operadores
O sindicato cobrou posicionamento sobre o treinamento dos operadores, que vem acontecendo durante o expediente, reduzindo a atenção do trabalhador na área, implicando, na prática, na redução do efetivo. O sindicato quer que a empresa aplique os treinamentos sem que impacte no efetivo e sem acúmulo, para que seja feito de forma adequada. 

Segundo a gerência, a empresa está estudando uma forma de realizar os treinamentos sem implicar no efetivo e sem gerar horas extras. Mello rebateu dizendo que é preciso um planejamento para que aconteça de forma equilibrada, mas que é preciso resolver de uma vez essa situação, principalmente na área da CCI, onde há mais reclamação e o efetivo é mais reduzido. 

Mello apontou que nos últimos anos, alguns petroleiros da Destilação, inscritos no PIDV, que já foram treinados e que possuem experiência, foram simplesmente retirados de suas funções, para aprender em uma nova área, sendo substituídos por novos que não tem a expertise no setor. Ao invés de estarem ensinando esses novos trabalhadores, já que possuem bastante conhecimento na área da destilação, foram deslocados para outro local para aprender novas funções, que em breve não irão ocupar. Isso demonstra uma total falta de planejamento e a equivocada política de treinamento da RPBC. 

Assédio no laboratório
A diretoria cobrou da empresa solução para os casos de assédio, relatados tanto por petroleiros próprios quanto terceirizados. A gerência da unidade disse que conversou com o gerente do setor e que ele havia dito que não acontece assédio no setor. Diante da afirmação, o diretor Marcelo Juvenal, que também participou da reunião, foi contundente em dizer que as denúncias de assédio são verdadeiras e feitas por pessoas com total credibilidade.

O gerente do RH, por fim, disse que vai investigar as denúncias e pediu que os assediados façam a denúncia devidamente pelos meios que a empresa disponibiliza, que são seguros e confidenciais e que, em caso de insegurança nos canais da casa, que o procurem diretamente em sua sala, pois somente com informações registradas será possível fazer alguma coisa.

Na oportunidade, Mello destacou também o caso promovido pelo gerente do laboratório, que por sua total falta de habilidade e competência no controle de produtos químicos, envolveu sem nenhuma necessidade a ISC, causando grande mal estar à ambiência e expondo os trabalhadores do laboratório e da ISC. Essa atitude precisa ser revista e o gerente do laboratório precisa ser substituído.

Ponto de fumantes na refinaria
O sindicato cobrou da empresa pontos para fumantes na refinaria. Apesar de não querer estimular o tabagismo na Petrobrás, a questão envolve segurança dos trabalhadores, pois muitos que fumam acabam procurando locais inadequados ou fora da área da refinaria, para poder fumar. Mello lembrou que até mesmo nas plataformas existem locais próprios para fumantes. 

O sindicato destacou que na UTE há pontos de parada para fumantes, inclusive, alguns petroleiros da refinaria atravessam a avenida para poder usar o ponto de fumantes do local.

Ônibus dos contratados 
O sindicato pediu posicionamento sobre os ônibus dos contratados, que vinham apresentando problemas, deixando-os muitas vezes na mão, quebrando, denunciando o mau estado de conservação desses veículos, que inclusive eram impedidos de entrar na refinaria pelos problemas que apresentavam. 

Segundo o gerente de RH, os ônibus que davam problemas foram tirados de circulação pela empresa contratada. Mesmo com a devolutiva de que a empresa atuou para tirar os ônibus com defeito de circulação na Petrobrás, Mello cobrou melhora no transporte dos terceirizados, pois ao invés da empresa contratar ônibus melhores, optou por construir a “rodoviária”, que faz com que os trabalhadores desçam no locam e sigam andando ou pegando outro transporte interno para circular na unidade. 

Com isso, sem cumprir as exigências para circular dentro da Petrobrás, os contratos com as empresas de ônibus custam mais barato para a refinaria, ou seja, a empresa opta pelo menor preço, ao invés do bem estar e segurança dos terceirizados.
Para o sindicato, se os ônibus não passam na vistoria para entrar na área da Petrobrás, porque servem para transportar os terceirizados de suas casas até a portaria? Os veículos de transporte precisam passar no crivo de qualidade e confiança da empresa, inclusive para ser seguro para transportar esses trabalhadores.

Mello encerrou o ponto pedindo auditoria da Petrobrás sobre os ônibus que atendem os terceirizados.

Demanda da refinaria por novos contratados, após concurso público
Com a abertura do concurso público para vagas na Petrobrás, o sindicato quer saber se a refinaria demandou contratação de novos técnicos de segurança e de enfermagem, cujos quadros efetivos na RPBC estão deficitários. 
De acordo com o representante da empresa, a refinaria pretende trazer reforço para as equipes desfalcadas, mas somente saberá quantos serão chamados após o processo seletivo. Para a empresa, o ideal no quadro da enfermagem são sete técnicos. Para o sindicato, o efetivo para que a enfermagem funcione sem contratempos de afastamentos, férias ou outros imprevistos são oito técnicos. 

Questionada sobre quantos técnicos de segurança estão inscritos para sair pelo PIDV, a empresa disse ser entre 10 e 12 trabalhadores, o que equivale ao quantitativo de dois turnos, o que é um absurdo. Isso prova que a RPBC deve ser a demandante de novos contratados, pedindo reforço dos aprovados no último concurso público, o quanto antes, para repor os técnicos de segurança e de enfermagem. O sindicato pressionou e a gerência se esquivou, não confirmando ser demandante de novos contratados, deixando para o coorporativo do Rio de Janeiro resolver isso. A gerência da RPBC deve ser demandante da contratação de técnicos de segurança e enfermagem para reposição do efetivo, aproveitando o recente concurso público. 

Mello apontou que o concurso deveria ser regionalizado, pois nos últimos nacionais voltados para curso superior, cerca de 20% dos que foram aprovados não aceitaram trabalhar na Petrobrás devido a mudança de endereço que seriam submetidos. 
A diretoria se colocou à disposição da gerência para ajudar a pressionar o coorporativo no Rio de Janeiro a alocar os novos concursados na refinaria, pois para o sindicato, deve ser a gerência regional a indicar quantos trabalhadores precisa repor na unidade e não algum burocrata da alta gestão. 

Café da manhã dos terceirizados
Nos últimos acordos assinados com os terceirizados, os trabalhadores passaram a receber em dinheiro o que seria relativo ao café da manhã, que deixou de ser servidos a eles na refinaria. O mesmo está sendo feito com os trabalhadores durante a parada de manutenção. Com isso, vimos voltar a acontecer casos de mal súbito, com desmaios, por falta de uma boa alimentação pela manhã. Ocorre que muitos trabalhadores acabam não tomando café pela manhã, tendo a primeira alimentação do dia somente na hora do almoço. Essa prática associada ao serviço pesada que muitos são submetidos, trabalho em altura e calor excessivo, são combustíveis para  que o trabalhador passe mal ou adoeça na área.

Diante disso, o sindicato quer que a RPBC volte a servir toda alimentação aos terceirizados, para que o trabalhador fique bem alimentado e disposto e não fique com a incumbência de se alimentar por conta, pois não há como controlar quem se alimenta bem ou mal, para poupar dinheiro para ser usado com sua família.

A gerência da refinaria registrou a solicitação do sindicato e irá levar a demanda para o coorporativo avaliar.
O sindicato aproveitou o tema para cobrar o pedido enviado por ofício, pedindo uma reunião com os gestores e fiscais de alimentação da RPBC. O representante da empresa disse que vai marcar uma data para a reunião.

Retorno ao trabalho após dobra
O sindicato quer que a gerência da refinaria repasse a orientação aos supervisores, que de acordo com a ação que o Sindipetro-LP ganhou, os trabalhadores do turno das 23h às 7h, que estenderem seu horário, devem ser rendidos até no máximo o meio-dia. Caso a empresa não faça a sua substituição até esse horário, os trabalhadores não deverão retornar ao seu horário normal (às 23h), uma vez que o sindicato ganhou a ação que garante a segurança e integridade dos trabalhadores para essas situações.  
Isso porque, para o sindicato, saindo depois das 12h, o petroleiro teria que ir para a refinaria por meios próprios ou por carros de aplicativos, táxi, o que o exporia a risco de assalto, seqüestro ou outros infortúnios que já aconteceram em situações semelhantes. 

A empresa ficou de repassar a orientação aos supervisores.

Seguimos na luta!