FNP exige a criação de um novo plano de cargos e salários para corrigir as distorções do PCR e tratar de PLR

Em GT com a Petrobrás

Diretores da Federação Nacional dos Petroleiros também destacaram que a empresa precisa acabar com a curva forçada de desempenho

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniu, ontem (11/05), com a direção da Petrobrás para dar início a uma série de grupos de trabalho (GTs) temáticos com o intuito de redesenhar a gestão e repensar medidas que afetaram diretamente a categoria petroleira.

O primeiro GT tratou da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), do Programa de Prêmio por Performance (PPP), do Plano de Classificação e Avaliação de Cargos (PCAC), do Plano de Carreira e Remunerações (PCR) e do Avanço de Nível e Promoção (ANPR).

Além dos dirigentes da FNP  e dos seus sindicatos filiados, a Petrobrás enviou à mesa os representantes dos Recursos Humanos (RH) da empresa e das subsidiárias, e da gerência de relações sindicais.

Na reunião, a FNP explicitou que a empresa necessita fazer um novo plano de cargos e salários para sanar as distorções geradas a partir da criação do PCR, assim como deve reparar todos os danos causados aos trabalhadores, tendo em vista que muitos trabalhadores que resistiram ao pagamento do bônus, em um segundo momento, foram perseguidos e assediados a migrar do PCAC ao PCR para sobreviver na companhia após as políticas de desinvestimentos. Isso devido à mobilidade ter sido permitida somente aos empregados que aderiram inicialmente ao PCR.

A Federação ainda indicou aos representantes da empresa que algumas medidas devem ser implementadas desde já afim de mitigar os danos causados à categoria pelo PCR, enquanto não se formula um novo plano de carreira – que também foi cobrada a sua celeridade.

“Podemos destacar que o percentual de contemplados nesta reparação tem que ser feito de forma isonômica, tanto para os trabalhadores que estão no PCAC, quanto para os trabalhadores que estão no PCR.  Um mínimo de 60% dos trabalhadores que estão nos dois planos devem ser contemplados”, explicou o diretor de financeiro da FNP, Fábio Mello.

Os dirigente da FNP solicitaram à empresa as estatísticas das transições de planos nos últimos anos para cotizar os contemplados no processo de avanço de nível, tanto do PCAC, como do PCR.

Mello destaca ainda que a FNP exigiu o fim da curva forçada de desempenho no processo de avanço de nível e promoção.

“Esse absurdo tem que acabar. Essa ordem de que parte dos trabalhadores devam ser avaliados de forma ruim, porque, segundo a empresa, é impossível que todos possam ter uma boa performance. E mais ainda a diretriz que estabelece consequências aos trabalhadores que apresentem ‘baixa performance’”, critica o diretor.

Em relação aos planos de remuneração variável, a FNP exigiu o fim do PPP, que causa grandes distorções entre as carreiras, principalmente devido aos exorbitantes percentuais pagos à pequena casta de privilegiados do alto escalão da empresa, gerando uma tremenda distorção em relação à maioria dos trabalhadores e trabalhadoras.

“Também denunciamos o golpe que a categoria sofreu nos últimos anos na PLR, que não chega sequer a 0,6% do que foi distribuindo entre lucros e dividendos aos acionistas. Um absurdo. Os sindicatos e a FNP deixaram claro que exigem uma PLR igualitária para todos, sem distinção de funções”, complementa Mello, ressaltando que qualquer tipo de plano de bonificação variável que a empresa venha a implementar deva ser negociado diretamente com os sindicatos e aprovado pela categoria em assembleias.

Na reunião, a FNP ainda cobrou da Petrobrás o pagamento imediato de 3/12 avos da PLR de 2019, que a empresa segue em débito, mesmo após determinação judicial em favor da categoria. De acordo com Mello, a companhia pode facilmente efetuar esse acordo para o pagamento, conforme regulamento aprovado à época.

Fonte: FNP