Sindicato se reúne com novo GG da RPBC, pede aumento do efetivo de TS, da Saúde e cobra outros assuntos

Reunião de apresentação

Nesta terça-feira (23), diretores do Sindipetro-LP participaram de uma reunião de integração com o novo gerente geral (GG) da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), Fernando Tadeu Castilho. Na reunião esteve presente o gerente de Recursos Humanos, a gerente de Planejamento e Controle e da comissão de mulheres da refinaria. O objetivo do encontro foi estabelecer um diálogo franco entre o sindicato e a nova gerência, buscando uma cooperação para lidar com as demandas dos trabalhadores.

Durante a reunião, o gerente geral expressou seu compromisso em manter um relacionamento cordial com o sindicato e oferecer apoio nas demandas que surgirem. Segundo o GG, todas as gerências da refinaria e suas equipes estarão disponíveis para cooperar com o sindicato, mantendo as portas abertas para reuniões e ouvindo as necessidades da categoria. Segundo o GG, a tônica da empresa é promover um tratamento mais humano e cordial aos trabalhadores.

Assédio Moral
Durante a reunião, o novo gerente expressou preocupação com a questão do assédio moral e sexual na refinaria. Em resposta, o sindicato se ofereceu para cooperar nessa iniciativa, e o GG se comprometeu a melhorar a comunicação com os gerentes e subordinados, levando em consideração as reclamações de que o assédio tem sido mais prevalente no alto escalão. Vale ressaltar que o sindicato cobrou uma solução para os últimos de casos de assédio que foram denunciados, porém, até o momento, a empresa não apresentou um retorno. Tadeu disse estar ciente desses casos e em breve apresentará um posicionamento.

Reposição do efetivo
Durante a reunião, o diretor Fabio Mello enfatizou a necessidade de um aumento no número de funcionários na refinaria, especialmente no setor de saúde, como estabelecido no acordo coletivo da categoria, que prioriza o uso de funcionários próprios nessa área.

O sindicato demonstrou grande preocupação com a segurança industrial, pois a gerência de SMS não está providenciando a reposição de aproximadamente *12 técnicos de segurança* que se aposentarão até o próximo ano, nem mesmo solicitou a contratação dos novos candidatos aprovados no último concurso da Petrobrás. Essa equipe também atende à UTE, e é surpreendente a falta de contratações, considerando que nossa refinaria é uma das mais complexas do sistema, passou por expansão nos últimos anos e deve crescer ainda mais, incluindo a possível instalação de uma nova planta de bioquerosene de aviação. O sindicato exige que a nova gestão tome medidas nesse sentido, pois não aceitaremos um número de funcionários inferior ao que já é praticado na refinaria.

Além disso, há falta de técnicos de segurança no setor administrativo, que são responsáveis pela emissão de documentações, como Rais, ARs e APRs, fundamentais para a segurança dos trabalhadores da refinaria. Sem a reposição adequada desse efetivo, o setor está caminhando rapidamente para a terceirização.

Casos de transferências
O sindicato também trouxe à tona alguns casos específicos de trabalhadores transferidos de outras regiões do Brasil que estão enfrentando problemas psicológicos devido à distância da família. Alguns trabalhadores foram transferidos, mas não tiveram a possibilidade de trazer suas famílias, e pedem, ao menos, folgas mais longas para visitá-las. Segundo relatos, há casos de trabalhadores que estão há mais de 100 dias sem ver seus familiares, pois as folgas do ADM são de final de semana. Alguns trabalhadores foram iludidos com a promessa de que aos serem transferidos seriam alocados no regime de turno, mas caíram no regime administrativo. O gerente se comprometeu a analisar cada caso individualmente e considerar a possibilidade de retorno à cidade de origem, quando solicitado.

A gerente de Planejamento, Controle e da Comissão de Mulheres informou que a Petrobrás está estruturando um atendimento psicológico e de outros profissionais de saúde específico para tratar dos empregados que sofreram assédio ou enfrentam outros problemas relacionados à ambiência.

Outra demanda levantada foi a aplicação do regime de turno de 12 horas, que foi escolhido em assembleia pelos trabalhadores, mas que até agora esperam que a minuta que pede renuncia do passivo trabalhista caia para que seja implantado.O GG disse que vai consultar sua equipe sobre esse assunto, mas não deu prazo para resposta.

CIPA e análises de acidentes
O diretor Marcelo Juvenal, solicitou posicionamento sobre as reuniões da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), cobrando ao novo gerente que garanta a autonomia da comissão, fornecendo o tempo necessário para a realização de suas reuniões. Além disso, ele enfatizou a importância de um curso de CIPA de qualidade e presencial. O diretor mencionou que o curso realizado no ano passado foi feito à distância (EaD) e quer que os próximos membros eleitos da CIPA, que assumirão a gestão em três meses, participem do curso de forma presencial, pois assim continua garantida a NR5.

O sindicato também cobrou do novo gerente que as análises de acidentes não tenham mais o propósito de punir os trabalhadores, mas sim sejam direcionadas para fins preventivos, a fim de evitar a ocorrência de novos acidentes. Juvenal também destacou a importância de fortalecer a segurança e saúde ocupacional, que tem sido alvo de ataques nos últimos anos.

Outros assuntos
O diretor Péricles Augusto, solicitou a disponibilização de agasalhos de inverno para a empresa de segurança contratada pela refinaria, que não está fornecendo essa peça que faz parte do uniforme. Péricles também pediu aumento do efetivo da ISC (Inteligência e Segurança Corporativa), solicitando uma atenção maior nesse aspecto.

O diretor Eberton Masuzo, questionou sobre a possibilidade de participação do gerente geral nas reuniões e sua equipe nas reuniões com o sindicato, destacando a importância de sua presença e envolvimento. O gerente se comprometeu em participar das reuniões mais relevantes, mantendo um diálogo próximo com as gerências menores, sempre que necessário.

O novo gerente relatou sua preocupação quanto a judicialização dos problemas da categoria, e disse estará aberto para o diálogo como forma primordial de resolução das questões envolvendo os trabalhadores. No entanto, Mello destacou que o sindicato também prima pelo diálogo, mas reforçou que quando os termos não são alcançados, a greve e a judicialização podem ser as últimas opções.

Terceirizados
Mello pediu ainda um compromisso da empresa em relação à terceirização, que resultou em perdas salariais significativas nos últimos anos, enfatizando a importância da gerência da refinaria orientar as empresas que contrata para que sigam a tabela salarial unificada, aplicada na refinaria e escolhida pelos trabalhadores.

Outro ponto levantado durante a reunião foi a proibição de alguns funcionários terceirizados, que recebem vale-alimentação, de utilizar o refeitório. Essa questão foi questionada, buscando uma explicação por parte da empresa.

Apesar das discussões e demandas apresentadas, a empresa não definiu uma data para a próxima reunião. O sindicato cobrou prazos para a apresentação das respostas, enfatizando a importância de uma resposta oportuna para casos específicos, que demandam ação do setor corporativo.

Seguimos na luta, mobilizados!