Sindipetros se reúnem com RH da Petrobrás para cobrar solução do caos aéreo e pagamento extras

ES, LP, NF e RJ

Na segunda-feira (18), ocorreu uma reunião entre os dirigentes dos sindipetros ES, LP, NF e RJ, responsáveis pelas unidades offshore da Petrobrás, com os representantes do RH da Petrobrás para discutir os problemas de cancelamentos de voos.

Algumas semanas atrás, as bases dos quatro sindicatos votaram a favor do estado de greve, com a seguinte pauta relacionada aos problemas no transporte aéreo:
- Pagamento das passagens remarcadas devido a cancelamentos de voos.
- Pagamento das horas extras no mês seguinte devido a atrasos e cancelamentos tanto no dia de embarque quanto no dia de desembarque.

Recentemente, o RH da empresa enviou uma "carta compromisso" negociada em reunião, na qual se comprometia a pagar as horas extras decorrentes de atrasos somente no dia de desembarque. Esses pagamentos seriam feitos no mês seguinte, a partir de maio, e teriam duração de 3 meses. Há a possibilidade de prorrogação desse prazo.

O prazo acaba em julho, com pagamento em agosto (mês subsequente), porém, o problema que levou ao estado de urgência não foi resolvido até hoje. Durante o encontro, foi questionada a extensão desse prazo, e os gestores se comprometeram a responder até o próximo dia 27. Os representantes dos sindicatos esperam que seja garantido o pagamento, no mínimo, até dezembro, quando novas aeronaves serão disponibilizadas.

O RH propôs pagar 30% das horas extras acumuladas desde janeiro, alegando que isso está relacionado à escassez de voos. Não houve acordo em relação ao reembolso das passagens e às horas extras do dia de embarque. A equiparação com o sindicato NF em relação ao auxílio transporte e ao dia de desembarque ficará sujeita a negociação nas mesas de Acordo Coletivo de Trabalho. Na oportunidade, o RH se comprometeu a enviar um complemento à "carta compromisso" para avaliação dos sindicatos no dia de hoje (18 de julho)

Visita ao Centro de Logística Aéreo
No dia 13 de julho, os dirigentes do Sindipetro-LP e dos sindipetros ES, NF e RJ visitaram o Centro de Logística Aéreo da Petrobrás, localizado no Cenpes, no Rio de Janeiro. Durante a visita, puderam observar as normas impostas pela Petrobrás, que vão além das exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e que emparelha com outras empresas de petróleo que fazem uso de aeronaves em ambiente offshore. 

Durante a visita, foram vistos os galpões das empresas Líder e OMNI no aeroporto de Jacarepaguá onde apresentaram a segurança que as aeronaves dispõem. Foi ressaltado que a idade das aeronaves não é o principal fator a ser considerado, mas sim a tecnologia que elas possuem. Por exemplo, uma aeronave construída em 2009 pode ter tecnologia embarcada mais avançada do que uma construída em 2015.

No centro de logística, são realizadas análises diárias que registram informações relevantes. São avaliadas as manobras realizadas pelos pilotos para garantir o conforto dos passageiros e verificadas se há tendências de desgaste ou piora. Caso necessário, é consultado o fabricante para obter dados atualizados.

Após a coleta e verificação dos dados, que ocorrem no final da tarde, é possível que, no dia seguinte, haja a indisponibilidade de algumas aeronaves, devido à necessidade de manutenção ou reparos. Tal conduta vai ao encontro da Pirâmide de Bird propõe que acidentes, lesões e pequenos incidentes tem uma lógica constante e proporcional, onde a cada 33.000 desvios, ocorre, em média, um óbito. Isso ressalta a importância de garantir a segurança em todas as etapas, e que mais aeronaves indisponíveis também resulta em menos desvios tolerados pela legislação aérea por exemplo.

No entanto, em outros países que exploram petróleo, como, por exemplo, na Guiana, seguem a legislação americana, que é muito mais flexível, enquanto no Brasil é seguido o modelo offshore de outros países, como, por exemplo, Holanda, que impõe restrições mais rigorosas. 
Isso limita a concorrência entre as empresas no Brasil, deixando apenas cinco delas, em um setor com mais de 100, aptas a atenderem aos requisitos de contratação.

Durante a visita, que durou o dia inteiro, foi constatado que a gestão da Petrobrás trabalha para garantir a segurança das operações aéreas. Essa é uma preocupação constante e essencial para proteger os embarcados. E diante dessa realidade os sindipetros LP, ES, NF e RJ continuarão cobrando a empresa pela aquisição de mais aeronaves que é o ponto crucial para reduzir a questão da indisponibilidade de voos. 

É importante destacar que o ponto crucial dessa visitação é que após de negligência com os trabalhadores, especialmente com a representação sindical, que há muito tempo vem buscando essa aproximação para avaliar adequadamente a segurança das aeronaves. 

É evidente que houve progresso, mas os sindicatos, além de elogiarem a iniciativa, apresentaram várias sugestões, incluindo a criação de um aplicativo que permita aos usuários avaliar instantaneamente sua percepção sobre o voo e o serviço prestado pela companhia, logo após o embarque ou desembarque. 
Essa avaliação visa captar os sentimentos dos trabalhadores que estão diretamente envolvidos no dia a dia do serviço, para que a gestão tome medidas necessárias em relação à condução das aeronaves, bem como o estado de manutenção.

Os sindicalistas deixaram a sugestão como ponto de melhoria que foi bem recebido pelos gestores da empresa. A conduta demonstra um compromisso positivo e comprova que, ao contrário da gestão anterior, os trabalhadores estão sendo colocados em destaque. 

Além disso, é importante ressaltar que o caos aéreo que ocorreu em função de vários fatores, inclusive a guerra da Ucrânia, e outros assuntos que ocorreram durante este primeiro semestre, a gestão da companhia se propôs a oferecer soluções, incluindo o pagamento de horas extras devido aos atrasos dos voos pagas no mês subsequente e a questão da aquisição de novas aeronaves.