Perseguição, Ameaças e outras práticas abusivas impactam a Saúde dos Operadores e podem causar acidentes

Assédio Moral na Destilação:

Nos últimos anos, a destilação na RPBC tem sido marcada por um grave problema: o assédio moral sofrido por muitos operadores. Essa prática abusiva tem trazido consequências devastadoras, culminando no adoecimento físico e mental dos trabalhadores, que podem ser comprovadas com os Comunicados de Acidente de Trabalho (CAT) abertos pelo sindicato. Apesar das constantes denúncias, a gerência parece inerte e não toma medidas efetivas para combater esse comportamento tóxico no ambiente de trabalho.

A perseguição e as ameaças têm sido uma realidade constante para os operadores envolvidos na destilação. Três supervisores e o gerente setorial são apontados como os principais responsáveis por descumprimento do nosso ACT, além de ações que desconsideram os direitos e a dignidade dos trabalhadores.

O assédio moral no contexto da destilação vem se manifestando de diversas formas: repreensões injustas; ameaças de punição no Gerenciamento de Desempenho (GD); exclusão social dentro da equipe; mudança arbitrária de operadores do turno; convocação para trabalhar em dia de folga; convocação de pelegos para quebra da folga excepcional, garantida na Justiça pelo sindicato; e até mesmo abuso de poder, argumentando que as pessoas “não contribuem com a gestão”.

Os impactos do assédio moral na saúde dos operadores são profundos e preocupantes. O estresse constante, a ansiedade e a depressão podem ser algumas das consequências desse ambiente de trabalho tóxico. Além disso, o adoecimento físico também é uma realidade, já que o estresse crônico pode levar a problemas cardiovasculares, distúrbios digestivos e outros transtornos relacionados à saúde. Para além do problema físico e emocional, o assédio pode causar inclusive acidentes na área, devido aos problemas que geram e que desestabilizam o trabalhador.

O sindicato orienta os trabalhadores a denunciar os casos de assédio em todos os canais da empresa e ao Sindipetro-LP, para que acompanhe o desenrolar da denúncia e, em caso de algum incidente/acidente envolvendo o empregado, o assediador seja responsabilizado.

Desde 2017, na destilação, o sindicato tem se deparado com diversas outras problemáticas impostas pela gerência que levam a RPBC para uma situação de risco com acidentes. A mais antiga é a tentativade integração de todas as unidades do setor, que obriga os operadores a conhecerem tudo das seis unidades.

Outro ponto de preocupação é a realização de treinamentos com sobreposição de áreas para o mesmo operador. Também há o abandono de posto na sala de controle, ordenado por supervisores, para que o operador se desloque para o campo para treinamentos. Essa prática não só compromete a segurança da operação como também desafia a eficácia dos treinamentos.

Além disso, tem sido observada a utilização de operadores da UN e UV para operar a unidade C, mesmo estes operadores não estarem mais no quadro de operação da UC há pelo menos um ano.

Dessa forma, é crucial que essas questões sejam abordadas de forma urgente e efetiva, visando garantir a segurança dos trabalhadores e a eficiência das operações no setor de destilação.

Apesar de ser uma questão conhecida e denunciada há anos nas reuniões com o RH, as gerências parecem estar negligentes em lidar com o problema, por outro lado parece que estas ordens devem partir do próprio gestor setorial. A inação das lideranças pode sinalizar conivência com as práticas abusivas e contribuir para a perpetuação desse cenário prejudicial à saúde dos trabalhadores e ao bom funcionamento da empresa.

Diante dessa situação alarmante, é fundamental que medidas sejam tomadas para combater o assédio moral na destilação. Em 2020, houve uma transferência de grupo, que o sindicato repudiou e denunciou, por se tratar de uma perseguição feita a um trabalhador. Em 2021, 2022 e 2023 os casos voltaram a aumentar, com assédio sobre os novos operadores, que foram transferidos do nordeste para completar o quadro na refinaria.

É indispensável que o novo gerente geral da RPBC esteja ciente do problema e assuma um compromisso sério em promover uma cultura organizacional saudável, baseada no respeito, valorização das pessoas e na eliminação de qualquer tipo de assédio praticado por seus gerentes setoriais e supervisores.

A implementação de políticas de prevenção e combate ao assédio moral, bem como a criação de canais de denúncia seguros e confidenciais, são passos essenciais para garantir um ambiente de trabalho digno e harmonioso. Além disso, é necessário promover a conscientização e o treinamento de gestores sobre a importância do respeito mútuo e da promoção de um clima organizacional saudável.

Mediante as denúncias de práticas abusivas de supervisores, que o sindicato recebeu recentemente, fizemos contato com a empresa, enviando ofício, solicitando reunião urgente para tratar do tema, juntamente com o gerente setorial da destilação.

É preciso que a empresa acompanhe e resolva os problemas que temos denunciado. Cabe à Petrobrás combater o assédio na empresa, principalmente quando parte de membros da alta direção, pois o que mantém o problema na companhia é a falta de punição aos assediadores. De nossa parte, seguimos vigilantes!