Diretoria da FNP fornece esclarecimentos à gestão da Petrobrás em reunião prévia do ACT 2023-2024

Em mesa

Nesta segunda-feira (14/08) à tarde, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniu com a equipe de Relações Sindicais da Petrobrás para tratar do esclarecimento de alguns pontos referentes à proposta de Acordo Coletivo de Trabalho 2023-2024 [BAIXE AQUI O DOCUMENTO], apresentada por esta federação no final do mês passado.

No encontro virtual via Microsoft Teams, o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, saudou o recebimento e a leitura do documento por parte dos representantes das empresas do Sistema Petrobrás.

Contudo, tão logo ele cobrou uma resposta da companhia sobre a prorrogação do atual ACT, que vence no próximo dia 31/08, além de um indicativo de datas para o início das rodadas de negociação e o formato das tratativas, reforçando o desejo da FNP pelo modelo de mesa única entre as federações, holding e subsidiárias.

“Em nome da boa-fé negocial, estamos lendo as propostas das duas federações. Queremos utilizar o modelo híbrido para as reuniões de negociação, dando prioridade ao presencial, e devemos enviar um cronograma com as agendas até o final do mês de agosto”, disse Antonieta Gontijo, gerente de relações sindicais da Petrobrás.

Sobre o modelo de mesa única, Antonieta falou que esse formato passa por um entendimento entre as duas federações – FNP e FUP – que representam a categoria petroleira. Mas caso não seja possível, ela assegurou que as mesas serão feitas no mesmo dia ou com um dia de diferença.

A FNP, no entanto, entende que essa é uma prerrogativa da companhia. “Se a Petrobrás não definir pela mesa única, então deve-se garantir ao menos a isonomia na negociação com as federações. Ou seja, uma rodada tem início com a gente, a outra com eles, e assim segue em alternância”, exigiu Adaedson Costa.

Esclarecimentos das propostas do ACT 2023-2024

Dentre todos os esclarecimentos solicitados pela equipe de Relações Sindicais da Petrobrás, o que mais chamou atenção dos representantes da companhia foi o pedido de reposição salarial proposto pela FNP, que leva em consideração as perdas da categoria desde 2019 e endereça o cálculo a partir do maior índice de inflação no período – algo em torno de 23%.

“Me parece um cálculo muito alto”, disse Antonieta, mas sinalizando compreensão diante da demanda das bases da FNP que serão levadas para a mesa de negociação.

“É preciso recordar ao pessoal de Relações Sindicais que chegamos a esse cálculo tendo em vista a reposição de todas as perdas que a categoria teve nesse período [2019-2022], somada à produtividade da empresa e à elevada remuneração paga aos acionistas privados”, ressaltou Eduardo Henrique, também secretário-geral da FNP.

“As nossas propostas são uma síntese dos anseios da categoria petroleira, manifestados durantes os congressos regionais dos Sindipetros [LP, SJC, RJ, AL/SE e PA/AM/MA/AP] e no congresso nacional da FNP”, complementou Adaedson Costa.

Em 2022, a Petrobrás distribuiu cerca de R$ 215 bilhões aos acionistas, mais do que o dobro do que foi pago no anterior. O lucro líquido da companhia, inclusive, foi menor do que esse montante repassado aos operadores do capital financeiro, chegando à casa dos R$ 188 bilhões [CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS].

Nesta reunião prévia do ACT 2023-2024, os diretores da FNP também tiraram dúvidas da equipe de Relações Sindicais sobre pontos relativos às demandas regionais do planejamento estratégico da companhia, como o fim da política de desinvestimentos da gestão Bolsonaro/Guedes, PLR – que a companhia sinalizou que será tratada após a negociação do ACT –, e outras questões a respeito de benefícios, APTT, banco de horas, horas extras, adicionais e auxílios, anistia, AMS, Petros, entre outros eixos que constam na pauta da FNP.

A Federação Nacional dos Petroleiros reafirmou ainda que no novo ACT devem constar as deliberações já firmadas nos Grupos de Trabalho do primeiro semestre de 2023, como o regramento para o teletrabalho e as políticas de combate aos assédios moral e sexual a todas as empresas do Sistema Petrobrás.

Também foi cobrado o “Auxílio Amazônia” para todos os empregados na Amazônia legal e pela maior faixa da tabela, assim como a extensão de um acordo nacional offshore para Urucu (AM) e futuras unidades da Margem Equatorial.

Categoria preparada para RECONSTRUIR A PETROBRÁS E RECUPERAR DIREITOS

Diante deste pontapé inicial, a FNP manifestou a expectativa de um acordo que valorize a força de trabalho da Petrobrás, assim como valorizou os acionistas nesses anos que se passaram.

A FNP informou à gerência de Relações Sindicais que já está no fim da primeira rodada de assembleias e conversas com a categoria, e tão logo os petroleiros e petroleiras já estarão plenamente organizados para iniciar as negociações.

A diretoria da FNP se reúne amanhã (15/08) para avaliar essa reunião prévia e decidir os próximos encaminhamentos para a luta do ACT 2023-2024.

Por fim, não queremos menos do que a RECONSTRUÇÃO DA PETROBRAS E RECUPERAR OS DIREITOS!

Fonte: FNP