Sindipetro-LP e Gestão de RH assinam minuta de TIR de 12 horas que será implementada dia 28 de agosto

RPBC

Na tarde de ontem (21), ocorreu a segunda reunião entre os dirigentes do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista e o RH da Petrobrás, em que se tratou, finalmente, a TIR 12 horas escolhida, em assembleia, pelos trabalhadores da RPBC, pondo fim ao impasse. O impasse perdurava desde 2022, quando a gestão da empresa impunha que, para a assinatura do TIR de 12 horas, haveria uma cláusula pela qual os trabalhadores renunciariam ao passivo das tabelas de 8 horas. Diante desse impasse, tornava-se impossível para força de trabalho efetuar a assinatura. Com o tempo, diversos processos foram instaurados e, com a mudança de gestão, a empresa decidiu retirar a cláusula que prejudicava os trabalhadores. Porém, neste primeiro momento, exigiu a renúncia de dois processos.

O processo final de número 1000991-80.2022.5.02.0074 trata unicamente do mérito da questão, que era atender ao pleito dos trabalhadores e o que foi decidido em assembleia sobre a implementação da tabela de 12 horas. Essa exigência é de fácil entendimento e não apresenta problemas para a direção do Sindicato solicitar a desistência junto ao tribunal, uma vez que o pleito já foi alcançado com a retirada da cláusula de renúncia. No entanto, o outro processo, de número 1002481-68.2022.5.02.0000, era caro para os petroleiros de Cubatão, pois tratava da questão da greve, que foi realizada e infelizmente teve uma série de arbitrariedades por parte da gestão bolsonarista, inclusive promovendo o lockout e impedindo que todos trabalhassem. Com essa renúncia, tornava-se impossível assinar o acordo. Retornamos com essa imposição para a empresa e esta cedeu. Após esse procedimento, teve início o processo de negociação e, a partir desse ponto, a transição foi conduzida de modo a garantir a melhor abordagem possível, sem impactos para os trabalhadores. O SINDICATO IMPÔS QUE ESSA TRANSIÇÃO FOSSE REALIZADA EM CONFORMIDADE COM AS FESTIVIDADES DE FINAL DE ANO, UMA VEZ QUE ESSAS DATAS JÁ ESTAVAM PROGRAMADAS COM AS FAMÍLIAS, MUITAS VIAGENS AGENDADAS E COMPROMISSOS FIRMADOS PARA TRABALHAR NO REGIME ESPECIAL. DIANTE DESSA IMPOSIÇÃO, A EMPRESA, JUNTAMENTE COM O SINDICATO, SE DEDICOU AO TEMA E CONCORDOU QUE A TRANSIÇÃO DEVERIA OCORRER DE MANEIRA QUE OS GRUPOS ENVOLVIDOS NO TURNO DE 8 HORAS DURANTE ESSES EVENTOS PERMANECESSEM NA TRANSIÇÃO. COM BASE NISSO, FORAM FEITAS AS DEVIDAS TRATATIVAS E CHEGAMOS À TABELA ABAIXO.

É importante ressaltar que excepcionalidades, como casamentos e outras situações preestabelecidas pelos trabalhadores, serão negociadas junto à gerência, a fim de garantir que a situação seja tratada previamente, sem causar impacto indevido aos trabalhadores. Ficou acordado que não haverá nenhuma consequência para os trabalhadores na transição, como, por exemplo, saldo de AF, supressão de folgas e falta de pagamento de horas na referida transição. Tudo isso será absorvido pela Petrobrás, que emitirá um comunicado detalhando o tratamento da frequência com todas as informações necessárias para o devido procedimento. 

A gestão da empresa também propôs que a transição ocorresse em uma segunda-feira e, devido à ansiedade de todos, a data escolhida será o dia 28 de agosto, conforme tabela abaixo. Observem que o Grupo 5 retornará da folga no turno de 8 horas às 7 horas. Ele trabalhará até às 23 horas, permitindo que o Grupo 4 descanse e comece no dia 28 de agosto, às 7 horas, obedecendo ao interstício de 11h. Por sua vez, o Grupo 3, que começa às 23 horas, ainda no turno de 8 horas, onde sairá às 7h e retornará para a última Zero hora da escala já às 19h e já saindo para a folga de 6 dias. O Grupo 5 terá uma folga antes de ingressar no regime de 12 horas. A construção dessa transição foi realizada em conjunto com o Sindicato, resultando em um menor impacto para os envolvidos.

Tabela de transição

Passando por essa etapa, é importante mencionar que todas as mitigações relacionadas ao turno de 12 horas, atualmente discutidas pelos trabalhadores e pelo sindicato durantes os atrasos e mobilizações, também discutidas com a gestão. Isso inclui o sobrequadro, no qual temos uma contingência própria para o caso de absenteísmo, e também foi discutido o sobreaviso, até que esse efetivo seja recomposto em relação ao sobrequadro. No entanto, devido às negociações nacionais e ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), não houve progresso localmente, uma vez que isso está sendo tratado junto aos demais sindicatos de petroleiros em mesa de negociações durante o período do ACT. A Diretoria do Sindipetro-LP fez todo o possível para cumprir a vontade dos trabalhadores com o menor impacto possível. Continuem acompanhando nossos canais de comunicação. Seguimos na luta.