Ato na RPBC e UTE atende chamado nacional das federações e cobra nova proposta da gestão da empresa

Por um ACT digno


Nesta sexta-feira, 27 de outubro, um dia depois de toda a categoria petroleira ter rejeitado massivamente a segunda proposta da Petrobrás para o acordo coletivo, os petroleiros do Litoral Paulista se juntam aos trabalhadores de outras refinarias e UTEs do Brasil por um Dia Nacional de Luta, por um ACT digno, reajuste real nos salários e maior participação da Petrobrás na AMS. A paralisação foi organizada pelo Sindipetro-LP na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) e da Usina Termelétrica Euzébio Rocha (UTE), com a participação ativa dos petroleiros que trabalham nos turnos e dos funcionários administrativos (ADM).

A razão por trás das mobilizações é clara: a categoria quer que a próxima proposta de acordo coletivo contemple, sobretudo, o aumento da participação da Petrobrás na Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS) dos trabalhadores, retornando à proporção justa de 70% para a empresa e 30% para os trabalhadores.

A mobilização faz parte de um movimento coordenado pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Ambas organizaram paralisações nacionais que se estenderão até o dia 1 de novembro em todas as bases do Sistema Petrobrás.

A necessidade de lutar por direitos é uma justa reivindicação dos petroleiros, pois os acordos coletivos anteriores resultaram em perdas substanciais para a categoria. É inaceitável que uma empresa como a Petrobrás, que entregou mais de 215 bilhões de reais em lucros a seus acionistas, não esteja disposta a contribuir justamente para o bem-estar de seus trabalhadores. 

A questão da AMS, com a Resolução 42 como argumento para evitar aumento de custos para a Petrobrás, é uma preocupação central e requer diálogo com ministros do governo, mas mais do que isso, sem mobilização da categoria petroleira não haverá avanços. 

É essencial destacar que o presidente Lula apoia a luta dos trabalhadores, e a greve é uma possibilidade real caso as negociações não avancem. A segunda proposta apresentada pela empresa, além de não avanças nos pontos que já apresentamos, quer tornar essa negociação de ACT valida por dois anos, um absurdo que não vamos aceitar. Segundo o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, não é possível devolver para a categoria de uma vez só todas as perdas dos últimos sete anos, porém, sem oferecer minimamente o que os petroleiros exigem como primordial para avançar nas negociações e ainda validar o acordo por dois anos, não é nada justo, frente o importante papel de resistência que os petroleiros tiveram defendendo a Petrobrás da total privatização.

A Petrobrás é a empresa pública que mais lucros gerou para o governo, portanto, é hora de recuperar nossos direitos e fazer a nossa voz ser ouvida, em busca de um acordo coletivo mais justo para todos os trabalhadores petroleiros do Brasil. Vamo que vamo!