Após pressão do Sindicato e Federação, gestão da Petrobrás adia cobrança do saldo devedor da AMS

Até o dia 30 de novembro

Após muita pressão dos representantes do Sindipetro-LP e dos dirigentes dos sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a gestão de RH da Petrobrás enviou um ofício suspendendo novamente a cobrança do saldo devedor da AMS até o dia 30 de novembro. A medida, que já estava em vigor desde 1º de julho de 2023, iria expirar nesta quarta-feira (1º). A empresa adiou a data na tentativa de chegar a um entendimento com os representantes dos trabalhadores. No documento, os gestores destacam que o saldo devedor não foi liquidado e que a cobrança será retomada "caso as partes não obtenham êxito em uma solução negociada". A suspensão abrange também as empresas do sistema Petrobras.

A FNP e seus sindicatos têm participado ativamente das negociações no Grupo de Trabalho (GT) da AMS para buscar uma solução que ponha fim de uma vez por todas às cobranças excessivas do convênio. A alteração na taxa de comparticipação do plano de saúde tornou-se um grande problema para os petroleiros da ativa, aposentados e pensionistas. A categoria, que há anos enfrenta reajustes salariais sem aumento real, que não acompanham a realidade econômica do país, e os aumentos expressivos nos custos da AMS, tem tido dificuldades para pagar essa conta. Os mais afetados são os aposentados e pensionistas que sobrevivem com salários cada vez mais defasados e ainda sofrem com descontos elevados em seus contracheques devido aos déficits na Petros.

A categoria reivindica uma mudança na política global da AMS, buscando o retorno à gestão própria do plano e a redução dos valores das tabelas, com uma relação de custeio mais justa.

Equacionamento
A gestão de RH também apresentou um estudo sobre o equacionamento da AMS relativo ao ano de 2022. Na proposta, os representantes da Petrobras dividiram o montante em seis parcelas, que deverão ser cobradas a partir de dezembro de 2023 e irão até maio de 2024. Os sindicalistas do Sindipetro-LP e da FNP recusaram a "oferta" enquanto o problema do convênio não for resolvido. A APS foi criada na ilegalidade e desde que assumiu, lutamos pela reconstrução da AMS, que tem se deteriorado desde abril de 2021, quando houve a mudança na gestão. O convênio vem sendo negligenciado. Para agravar a situação, que já é bastante precária, a Petrobrás e a gestão da AMS não apresentam todos os documentos solicitados pela FNP para verificação de que os custos informados realmente pertencem à categoria ou se incluem outros custos de responsabilidade exclusiva da Petrobrás.

É importante destacar que a FNP e seus sindicatos têm várias ações contra a terceirização do plano de saúde AMS para a APS, as quais ainda estão em fase processual.