Petrobrás publica edital para preenchimento de vagas, mas não atende demanda de efetivo

Para nível técnico

A Petrobrás publicou no Diário Oficial da União (DOU) edital para concurso, visando o preenchimento de 916 vagas para início imediato e 5.496 para formação do cadastro reserva para o nível técnico de nível médio. As vagas estão distribuídas em sete estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco. As provas estão previstas para serem aplicadas em 24 de março.

Essa é uma demanda antiga do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que foi exigida em mesa de negociação repetidas vezes, mas está longe de suprir a demanda de todo o sistema. As unidades de terra e mar operam com efetivo reduzido há anos, graças às gestões da Petrobrás, desde 2017, período em que o Brasil era "chefiado" por Michel Temer. Nesse interim, ocorreu um desmonte sem precedentes na maior empresa do país, situação que foi reforçada pelo governo Bolsonaro.

Em 2017, por exemplo, houve uma redução de 20% do total do quadro mínimo dos operadores do processo produtivo. Após esse período, foram realizados sucessivos Programas de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDVs) e inúmeras aposentadorias, desprogramação e ajustes no Plano de Cargos e Salários (PCR), sem uma reposição adequada da força de trabalho por meio de concursos públicos. Além disso, houve uma terceirização irrestrita em todo o Sistema Petrobrás, que avançou de maneira galopante.

O setor de segurança é um bom exemplo desse processo. Com 60% do efetivo reduzido e aumento das áreas de produção e atuação, essa "conta não fecha". Em um futuro próximo, a força de trabalho e as instalações estarão totalmente vulneráveis.

A situação do quadro de técnicos de operação não é diferente. No Litoral Paulista, o Terminal da Alemoa, em Santos, Tebar, em São Sebastião, o Terminal de Pilões e a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, e a Uniade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, também carecem de reposição de efetivo. Muitas unidades operam abaixo do quadro mínimo, representando um risco enorme para a força de trabalho, as instalações e as comunidades no entorno. A operação não pode garantir a segurança operacional com o quadro reduzido, principalmente em unidades em que os equipamentos estão em severo estado de degradação.

A negligência à segurança tem causado tragédias anunciadas em todo o Brasil. Os crimes ambientais causados pela Vale em Brumadinho e Mariana reforçam a necessidade de se investir mais em segurança e no efetivo para se evitar e prevenir que outras tragédias aconteçam.

O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, afirmaram em reuniões que o principal ativo da companhia são os empregados, sejam eles próprios ou terceirizados. A abertura de concurso é a melhor forma de demonstrar isso na prática já que “palavras o vento leva”.

Concurso para quem quer usar crachá verde
Mesmo diante da oferta limitada de vagas, o Sindipetro indica que os interessados prestem o concurso, mas é crucial que sejam aqueles que defendam a empresa, não os que apoiavam a privatização de todo o Sistema Petrobrás. Para estes últimos, a sugestão é enviar currículos para a Vibra, Mubadala, 3R Petroleum. As empresas privadas exploram a mão de obra, pagando salários extremamente reduzidos, poucos benefícios e sem garantias históricas. Além disso, irão lidar com a imposição de ritmos e metas  que aumentam adoecimentos e acidentes com o objetivo de lucrar e repor “caixa”.

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