FNP assina acordo pra pagamento de PLR: Litoral Paulista segue propondo luta para conquistar mais!

Adiantamento em 9 de fevereiro

Os petroleiros e petroleiras do Litoral Paulista rejeitaram de forma expressiva a contraproposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) apresentada pela gestão de Recursos Humanos (RH) da Petrobrás. Essa decisão foi tomada durante o período de 20 a 23 de janeiro, por meio de assembleias nas unidades terrestres e marítimas, assim como na sede e subsede do Sindicato.

A categoria seguiu o indicativo da FNP de rejeitar a proposta da empresa, decisão amplamente apoiada pela maioria dos petroleiros. No entanto, as bases da FUP aprovaram a proposta e conforme apontava o indicativo dos sindicatos da FNP, se a maioria dos sindicatos aceitasse a proposta, os demais estariam autorizados a assinar o acordo. Dessa forma, visando não prejudicar os petroleiros do LP, a diretoria do Sindipetro-LP assinou no último dia 31 o acordo para pagamento da PLR, garantindo assim que o adiantamento seja pago pela empresa no dia 9 de fevereiro e após 90 dias será quitado o restante.

Em meio à insatisfação com a proposta rebaixada, os trabalhadores buscaram retornar à mesa de negociação, considerando uma previsão de lucro de aproximadamente R$ 120 bilhões, com uma projeção para o 4º trimestre. Embora os petroleiros tivessem direito a participações de até 6,25%, totalizando R$ 7,5 bilhões, a empresa propôs destinar apenas R$ 2,8 bilhões para os trabalhadores.

Fica aqui o questionamento: para onde vai a diferença do montante ao qual os petroleiros ativos têm direito? Por que não direcionar para a Petros e AMS, beneficiando aqueles que foram essenciais para o crescimento da Petrobrás ao longo dos 75 anos de existência, em vez de cobrar 2% dos ativos para esse fim? Ou será que essa diferença acabará nas mãos dos acionistas? Infelizmente, parece provável que sim.

Durante as negociações, o Sindipetro Litoral Paulista, juntamente com os demais sindicatos da FNP, durante toda negociação, insistiu no encerramento do Programa Prêmio por Performance (PPP), rebatizado como Programa Prêmio por Desempenho (PRD), mantendo metodologias idênticas aplicadas no governo anterior. Para esse prêmio, a companhia destinou R$ 1,77 bilhão do dinheiro que pertence ao trabalhador em relação ao pagamento de lucros e dividendos para premiar a alta gestão, com até 7,5 remunerações, o que é um grande absurdo. 

Para a FNP e sindicato, rejeitar a proposta e voltar para a mesa de negociações levaria a tratarmos desses e outros absurdos que ocorrem no sistema, copiando e replicando parte do pensamento da gestão anterior, que menospreza os trabalhadores de chão de fábrica, que neste programa poderão chegar no máximo a 1,5 remuneração, uma grande distorção em relação a alta cúpula da empresa.

Entendendo que a união fortalece a causa, a categoria petroleira Do Litoral Paulista tentou influenciar as bases da FUP que ainda não haviam votado a seguir o indicativo da FNP. Contudo, os petroleiros das bases da FUP optaram por aceitar a proposta da empresa, não sem alguma resistência de parte dos trabalhadores, o que mostra que é possível avançar em pautas que favorecem a categoria nessas bases que já mapeamos. 

Com a expansão da produção de petróleo do pré-sal e a exploração em águas ultraprofundas, as bases da FNP estão em constante crescimento. A Federação é composta por dois sindicatos que figuram entre as maiores bases petroleiras do país em termos de número de trabalhadores, incluindo na área do pré-sal – Rio de Janeiro e Litoral Paulista.

Diante desse cenário, o entendimento da categoria foi unânime em apontar que a FNP deve concentrar esforços para que suas bases, que reúnem o maior contingente de petroleiros ativos do país, assumam a liderança nas demandas por direitos, disputando nas bases da outra federação a narrativa em prol de melhores condições para os trabalhadores. Caso contrário, corremos o risco de seguir os passos da FUP, que tem o maior número de sindicatos filiados, mas não de petroleiros associados, especialmente após o processo de desmobilização do Nordeste e de outras regiões, que, coincidência ou não, eram bases da própria FUP. 

Os petroleiros da base do Litoral Paulista, uma das mais complexas do país, responsáveis por uma refinaria de petróleo, uma termoelétrica, três terminais da Transpetro, sete plataformas, um prédio administrativo e uma unidade de tratamento e escoamento de gás do pré-sal, continuam a ser vanguarda na luta, liderando as mobilizações e indicando o caminho para a categoria.

O Sindipetro-LP e a FNP seguirá sempre falando a verdade para a categoria e estimulando para conquistar com a luta. Afinal de contas, o nosso objetivo era rejeitar a proposta e voltar para a mesa de negociações e tendo em mãos o poder da greve, caso fosse esse o pensamento da categoria, seria o caminho percorrido. Da mesma que desejávamos percorrer para garantir direitos nesse último ACT, como os conquistados no LP, como o direito das horas pagas no mês subsequente na parada de manutenção e o fim da cláusula de renúncia no acordo de 12 horas, pelo qual a categoria do Sindipetro Litoral Paulista não hesitou, mesmo no governo Bolsonaro, e fez duas greves para garantir esse direito

Aos petroleiros do Litoral Paulista, nosso muito obrigado pela confiança e por acreditar que juntos podemos mais!