Trabalhadores da UGAV e da Destilação da RPBC denunciam problemas e reivindicam mudanças

Em setorial

A Diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista realizou duas rodadas de setorial com os trabalhadores da destilação e da UGAV para tratar das intercorrências dos setores mediante a perspectiva da mudança para a nova CCI no NCAD.  

Nos encontros os petroleiros das duas áreas pontuaram diversas denúncias que serão tratadas junto à gerência de produção e o RH da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão.  

No cenário atual da UGAV, houve consenso entre os petroleiros: não há mais condições de se permitir o trabalho solitário, seja na área ou no painel da unidade. Essa preocupação é acentuada pela transição para a nova CCI, tornando-se uma questão ainda mais evidente devido às particularidades envolvidas. Os trabalhadores estão decididos a lutar por melhores condições e propõem-se a contribuir para a garantia do quadro, caso a gerência atenda às demandas. 

Além disso, os operadores expressaram preocupação com a falha sistêmica no material fornecido por uma determinada empresa. Essa problemática resultou em furos recorrentes, levando os trabalhadores a buscar o apoio do Sindicato. A solicitação é para que a Entidade intervenha junto à inspeção e manutenção para providências urgentes. A substituição do material defeituoso é considerada de alto risco, e já foi comprovado que o lote está comprometido. 

Os petroleiros estão plenamente cientes do desmonte promovido pelo último governo em relação à reposição de efetivo, decorrente dos Programas de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDVs) e, principalmente, da ausência de concursos públicos. Eles reconhecem que a recomposição não ocorre de forma imediata, mas estão decididos a lutar por um quadro mínimo que assegure a operacionalidade segura para suas vidas e para a comunidade circunvizinha. Mesmo que isso envolva sacrifícios, os trabalhadores estão dispostos a assumir tarefas durante suas folgas inicialmente. 

No entanto, é crucial destacar que tal comprometimento só será viável mediante a mediação do sindicato e a efetiva definição do plano de reposição de pessoal. Isso garantirá não apenas a manutenção do quadro mínimo de segurança, mas também o fim do trabalho solitário na UGAV de uma vez por todas. Diante desse cenário, os trabalhadores estão dispostos a se sacrificar até a chegada dos novos operadores, trazendo consigo a segurança necessária e o bem-estar para a unidade, restabelecendo a normalidade de maneira segura. No entanto, essa colaboração está condicionada ao estabelecimento de um prazo, a ser definido principalmente com base no posicionamento oficial da empresa diante do concurso e da oficialização do quadro mínimo.  

Na reunião ficou claro que a paciência dos trabalhadores está se esgotando, e a busca por melhorias torna-se cada vez mais urgente. 

Destilação  

Após a realização da análise de Organização e Métodos (O&M), chegou-se a um consenso entre os trabalhadores da Destilação de que a situação se tornou extremamente crítica.  

Com a implementação do desmonte da empresa e a ausência de realização de concursos, os trabalhadores se viram obrigados a se adaptar à realidade precária, estabelecendo uma pseudo-interação entre o painel e o campo. Apesar disso, persistem três situações de trabalho solitário: uma no campo e outras duas no painel de controle (CCI). Os trabalhadores estão decididos a dar um fim a essa condição de uma vez por todas. 

A mudança para a nova CCI ressalta ainda mais essa necessidade, uma vez que a proximidade física entre a nova CCI e a unidade operacional será perdida. Constatou-se que a distância da nova CCI impossibilita uma condição segura de operação, exigindo a inclusão de mais três operadores no quadro. Isso resultaria na eliminação de dois postos de trabalho solitários na CCI, no painel da N e da V/VV/UTG, e um no campo da unidade UVC. 

Diante desse cenário, torna-se imperativo adicionar mais três operadores ao quadro, sendo dois no painel, conforme mencionado anteriormente, e um no campo. Os trabalhadores estão dispostos a colaborar, desde que tal iniciativa seja respaldada e comprometida pela gestão, com a mediação do sindicato para garantir a eficácia do processo. 

Chegou o momento de corrigir os desvios ocorridos desde o golpe no governo Temer até o desmonte da Petrobras durante o governo Bolsonaro. O objetivo é encerrar de uma vez por todas o trabalho solitário nas áreas operacionais da RPBC. 

Além disso, os petroleiros denunciaram uma redução drástica na carga horária dos treinamentos em procedimentos. A gerência está promovendo alterações no padrão do Libra, propondo que o RI (responsável pelo isolamento) não seja mais o supervisor, mas sim um operador de outra unidade de destilação. A mudança, compromete a segurança e a operação, uma vez que o operador terá que abandonar sua área para verificar o Libra em uma unidade desconhecida, o que é considerado absurdo. 

Os treinamentos, com sobreposição de atividades, estão sendo realizados constantemente durante a jornada da operação descumprindo totalmente o que foi acordado com o Sindicato. Não há uma sala adequada para treinamento, conforme preconiza a NR-1. Além disso, houve queixas sobre alguns cursos programados que estão atrasados pelo próprio programador, com a data de realização já vencida, sem que o operador tenha culpa pelo atraso. Como alternativa, os trabalhadores propuseram a opção de realizar esses cursos à distância, em home office, pagando hora extra para quem estiver disposto. 

A situação é agravada pela falta de operadores no GPI e pela ausência de OPMAM na destilação. Também foi denunciada a prática de programação de manutenção em equipamentos críticos durante o horário noturno. Diante dessas questões, é urgente a necessidade de atenção e ação imediata por parte da gestão para assegurar um ambiente de trabalho seguro e eficiente na unidade. 

O Sindipetro Litoral Paulista já encaminhou um ofício exigido uma reunião com o gerente da produção para tratar de todos os assuntos elencados. 

O que houve de consenso entre os trabalhadores das unidades é que eles não irão hesitar em se mobilizar e cruzar os braços se as denúncias feitas não sejam sanadas.