Diretoria do Sindipetro-LP se reúne com RH da RPBC para discutir e resolver demandas da unidade

Mesa de negociação

Nesta semana aconteceu reunião de acompanhamento de ACT entre a gestão da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, e os dirigentes do Sindicato dos Petroleiros do Litoral paulista. Foram tratados os pontos relativos ao RH e ao SMS. Então foram tratados vários pontos, a alguns pontos obtivemos respostas, outros pontos ficaram de se obter respostas em outro momento. Por se tratar da primeira reunião, muitos pontos ficaram para ter a devolutiva no decorrer das próximas semanas ou situações críticas devolutivas na próxima reunião que deve ocorrer de periodicidade a cada bimestre.

Dentre os pontos elencados nessa reunião, foi mais uma vez falado sobre a programação de manutenção de equipamentos críticos em horários noturnos, fim de semana, principalmente devido ao baixo efetivo para mitigações em casos de emergência. O sindicato, mais uma vez, colocou a sua posição contrária a esse tipo de intervenção. Não é pelo fato de estar em um turno de 12 horas que adotamos um regime de manutenção de 24 horas por dia. A unidade não tem turno de manutenção e, dito isso, as intervenções em equipamentos de grandes portes, equipamentos críticos, equipamentos sensíveis à operação não devem ser feitas em horários noturnos ou nos finais de semana, principalmente devido à falta de efetivo para, em caso de ocorrer qualquer tipo de problema, entre eles um possível incêndio, um vazamento, quer seja de pequena ou grandes proporções, haver uma resposta imediata.

Os procedimentos internos estabelecidos na unidade são contrários a esse tipo de atividade. O Sindipetro tem recebido denúncias que essa conduta está se tornando corriqueira e reiterada. Diante disso, os dirigentes aproveitaram a presença do gerente de SMS na reunião, colocando, inclusive, a deficiência do efetivo do próprio setor para dar acompanhamento em tais intervenções de horários inadequados. A resposta da empresa e do gestor é que iriam apurar mais os fatos e que vão recomendar para não haver esse tipo de intervenção, mas ficou de dar um posicionamento definitivo nos próximos dias. Além disso, reiterou também que desconhece que mudou qualquer tipo de procedimento autorizando intervenções de equipamentos em horários com baixo efetivo.

O Sindicato também questionou sobre a possibilidade de os trabalhadores realizarem exames médicos fora da unidade durante a folga e com pagamento de hora extra. A medida evitaria que o pessoal que está de zero hora fique aguardando na unidade, porque, geralmente, esses exames médicos externos são no período da manhã. Essa foi uma proposta que a categoria apresentou e foi levada em mesa como uma alternativa, porque o que é preconizado é que tais exames, inclusive cursos, têm que ser realizados no horário de trabalho.

A proposta dos trabalhadores é bem aceita pela diretoria do Sindipetro, para ser feita nas folgas, se, assim, os trabalhadores acharem pertinente devido à mudança do turno de 8 horas para 12 horas. Nessa questão, a espera dos trabalhadores, principalmente, os que iniciam a atividade laboral às 19h e passam 12 horas na unidade operacional, se torna muito extenuante. Então, o sindicato propôs que fosse uma alternativa para aqueles trabalhadores que, assim, quisessem, uma vez que não há prejuízo nenhum financeiro para a empresa, porque a hora extra que eles pagam para os trabalhadores excederem a sua jornada é a mesma hora extra que seria paga para o trabalhador na folga. Foi exposto isso durante a reunião, tanto para os cursos, como, principalmente, para os exames externos.

A resposta da empresa é que esse pleito já tinha sido apresentado durante as negociações do painel da CCI e que ainda não houve um posicionamento definitivo da gestão, mas está sendo feito um estudo e que haverá um retorno em uma próxima oportunidade.

Efetivo 

O Sindicato cobrou, mais uma vez, que existe a deficiência por parte da Petrobrás em ter técnicos de segurança concursados, como preconiza os procedimentos. Atualmente há a falta de presença de técnicos de segurança próprios, tanto no COE como no GPI. A resposta do gerente de SMS foi que, nesse momento, existe uma grande dificuldade de repor quadro e que está previsto a chegada de nove técnicos de segurança até o final desse semestre. Com a chegada desses trabalhadores provenientes do concurso de Búzios, a demanda será suprimida.

Na reunião também, o gerente demonstrou preocupação com a situação e da que existe um técnico de segurança que está, na função do supervisor, acompanhando tanto o COE quanto o GPI, a fim de mitigar essa deficiência até a chegada dos novos profissionais.

A Diretoria também cobrou mais técnicos de segurança nesse concurso que foi realizado no último domingo, dia 24. Porém, o setor corporativo ainda não definiu quantos técnicos de segurança serão alocados. A gerência garantiu que o número de profissionais será para suprir as demandas do turno, administrativo e contemplando também o PIDV em curso. Então, é provável acreditamos que teremos mais um reforço, além dos nove, até 2025.

Outro ponto tratado foi em relação ao setor de saúde. A Diretoria questionou se o setor de saúde demandou técnicos de enfermagem nesse concurso. O concurso proveniente de Búzios não contemplou nenhum profissional de saúde, nem de nível superior, nem de nível médio. A resposta da empresa foi que não há como aproveitar o cadastro de reserva do concurso de Búzios para técnicos de enfermagem e enfermeiros padrão.

Na reunião, foi exposto que na refinaria hoje a responsável técnica do setor de enfermagem é contratada e não concursada. O procedimento e as normas da empresa dizem que toda a responsabilidade deve ser do funcionário próprio. O sindicato chamou a atenção para a temeridade de não ter sido contemplado no concurso de nível médio nenhum profissional da saúde, entre eles enfermeiro padrão e médico do trabalho. Porém, em resposta, a gestão falou que no concurso realizado no dia 24 de março, está contemplado profissionais de nível médio, técnicos de enfermagem, para suprir as demandas da RPBC em relação ao turno e também o administrativo. Infelizmente, será necessário aguardar um novo concurso de nível superior para suprir as demandas do médico do trabalho e da enfermeira padrão do trabalho.

Ainda em relação ao efetivo, os sindicalistas questionaram a gestão do RH para saber quantos profissionais serão contratados, além dos novos técnicos de segurança para o setor de SMS provenientes do concurso de Búzios. O gerente de RH respondeu que está prevista a chegada de mais 30 operadores nesse concurso. Além dos 17 profissionais de nível médio, a maioria deles da área de manutenção.

O Sindipetro também reiterou o compromisso assumido corporativamente pelo RH de que, na chegada desses profissionais, prevista até o final deste semestre, haverá uma reunião de ambientação, para que os sindicalistas possam dar as boas-vindas a esses trabalhadores.

CCI e ECR

Durante a reunião, embora fosse para tratar de assuntos operacionais, O Sindipetro aproveitou a presença do gerente de segurança industrial para falar sobre a condição insegura na operação da Estação de Carregamento Rodoviário (ECR) operada pela Transpetro.

Uma vez que não existe uma telemetria de nível, pressão e vazão ponto a ponto entre os operadores da CCI da Petrobrás, que iniciam o bombeio, e os operadores da Transpetro, que estão na estação de carregamento rodoviário, a falta dessa interface entre os dois pontos torna essa operação perigosa. A comunicação fica restrita ao rádio e já houve um vazamento na linha de benzeno que foi prontamente resolvido graças à atenção dos operadores do painel que observaram a variação de pressão no console, no lado da refinaria. No entanto, eles não tinham indicação se houve alguma alteração de vazão ou pressão no lado da Transpetro, evidenciando que a falta dessa interface pode ocasionar acidentes graves. Portanto, a gerência de SMS foi advertida sobre isso para agir em conjunto com a gerência de produção, para que tal sistema de supervisão de interface seja implementado o mais rapidamente possível.

Chapeira e parada de manutenção

A empresa informou que no dia 25 de março os CODINS na chapeira já estão funcionando e os trabalhadores poderem efetuar o registro do ponto, tanto na entrada como na saída do expediente. Além da chapeira, os demais pontos permanecem ativos. Também foi informado que os ônibus ainda continuam estacionados na hora da saída em frente ao restaurante K9, em direção à Portaria 1, devido a um problema estrutural na cobertura próxima à chapeira, onde está funcionando o relógio de ponto. Assim que o problema for resolvido, o já programado para os próximos dias, os ônibus voltarão a ficar aguardando os trabalhadores para o embarque no ponto histórico ao lado da chapeira.

Esteve em pauta também a mudança de ênfase e deslocamento lateral dos trabalhadores para a mudança de áreas nível médio. Foi reiterada a preocupação com essa prática sem o devido critério e que essa conduta causa duas situações constrangedoras: aqueles contemplados de fato não sabem qual a motivação e os que foram preteridos se sentem desprestigiados. A Diretoria propôs, o que é preconizado inclusive no procedimento no Programa Mobiliza de Recrutamento e Seleção - a aplicação de provas de conhecimento. A prática de avaliar somente o currículo é uma prática subjetiva que traz grandes frustrações. O RH presente afirmou que irá levar em consideração o dito, mas não deu uma resposta pontual se, além de analisar os currículos das pessoas e as entrevistas, se iria aplicar uma prova de conhecimento específico para se fazer um ranking e assim evitar esse tipo de desconforto tanto para os contemplados como para os não contemplados.

O Sindicato também aproveitou a presença da representante da gestão e reiterou a importância da continuidade das reuniões sobre as contratações das paradas envolvendo os sindicatos da construção civil, petroleiros, metalúrgicos e a comissão de desempregados também, a fim de que haja transparência das contratações, uma vez que a RPBC vai demandar muitos trabalhadores nos próximos meses e que isso traz um conforto, tanto para a gestão da unidade como para as entidades representativas, como para toda a sociedade, uma vez que demonstra transparência nas tratativas.

A representante respondeu que já foram feitas três edições de reunião e está prevista uma nova para os próximos dias, onde estarão presentes todas as partes envolvidas, além da própria Petrobras e o Poder Público. O objetivo justamente é dar a maior transparência possível no processo que os representantes dos trabalhadores e comissão de desempregados, assim como os representantes da sociedade como o Poder Público e os representantes da Petrobrás como principal cliente e as empresas, possam todos estar organizados em um fluxo para haver realmente a transparência total no processo, evitando assim desconfiança nesse evento de tanta importância, e demanda tanta expectativa para a comunidade cubatense onde a RPBC é inserida.

Na reunião, a gestão aproveitou o momento para dizer que está implementando um projeto que foi dado a sugestão, em uma dessas reuniões, pela própria Comissão dos Desempregados a fim de aproximar os alunos de nível médio e ensino fundamental 2 trazendo proximidade com a RPBC e a UTE-EZR. Prova disso, é que nesta quarta-feira (27) foi realizada uma visita dos alunos da Escola Estadual Professor José da Costa e do SESI de Cubatão. A iniciativa visa integrar a Petrobrás à sociedade.

Por fim, foi levantada a questão do curso de treinamento que não pode ser feito concomitantemente com as atividades da operação, haja vista que a atividade é de risco. Foi proposto que se os trabalhadores quiserem, tanto os cursos normativos como os cursos corporativos, possam ser feitos de forma EAD com o apontamento de horas extras. A chefia ficou de dar resposta sobre a demanda.