Parada de Manutenção na UTGCA: Um verdadeiro show de horrores no retorno à operação

Nas mãos de Deus novamente

A gestão da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, está implantando a regra “o que acontece em Vegas fica em Vegas,” mas como existem pessoas com senso de responsabilidade, as informações do que anda ocorrendo de errado na unidade chegaram ao conhecimento da Diretoria do Sindipetro-LP. Sempre foi um verdadeiro show de horrores, mas no retorno da manutenção da planta a coisa ficou bem pior. Portanto, tirem as crianças da sala, porque as imagens ou melhor as informações são fortes...

No dia 05 de abril ocorreu um grande vazamento de PROPANO líquido. O problema ocorreu no HEADER de entrada de PROPANO que alimenta 03 compressores de gás. Se não fosse a atitude heroica de um operador, o incidente poderia ter se tornado uma catástrofe. Para se ter ideia da gravidade, a dissipação da nuvem que se formou com a vaporização do gás demorou cerca de 20 minutos. Esse hiato é tempo suficiente para uma tragédia anunciada.

É de conhecimento de quem trabalha em unidade de tratamento de gás que pequenos vazamentos podem ocorrer no retorno de uma planta, porém, ao final de uma manutenção executada, deve-se ter o devido acompanhamento. Se a tarefa for executada por uma equipe contratada, mesmo que seja do próprio fabricante do equipamento, o serviço deve ser fiscalizado com muita atenção. Infelizmente, com o efetivo da operação e manutenção reduzido, é impossível o devido acompanhamento e fiscalização necessários para evitar incidentes desse tipo ou ainda em escala maiores. Essa é mais uma prova de que a redução de efetivo coloca a planta em risco. A gestão da empresa está aguardando que aconteça alguma tragédia como a da Ultracargo para se movimentar. Tudo leva a crer isso. 

Como essa não é a primeira parada total da planta para manutenção, ninguém é “marinheiro de primeira viagem”, essas situações não são admissíveis. A grande pergunta é: o que podemos esperar de um gestor que nega o fornecimento de luvas para recolher cadáveres em uma tragédia local? Temos muito a lamentar, mas a gestão da Petrobrás não se resume a um indivíduo e sua ascendência conivente tem responsabilidade a conferir. 

Além do vazamento de PROPANO, houve também vazamento de óleo térmico. Na apuração do fato, verificou-se que no dia 16 de março já tinha ocorrido um episódio semelhante e nada foi relatado. O silêncio foi total. Os trabalhadores, a CIPA e muito menos os representantes do Sindicato foram informados do incidente. Sabemos que o óleo térmico não tem potencial explosivo, mas tem capacidade de causar queimaduras nos trabalhadores e, sem citar o dano ambiental que pode ocorrer.

Outra situação de pequeno impacto em segurança, mas de grande impacto financeiro, é que a equipe de manutenção da unidade teve que refazer a conservação de vários equipamentos porque a equipe contratada para a parada de manutenção não fez o serviço corretamente. A economia gerou um custo duplicado para a empresa.

A lambança não para por aí! Na parada de manutenção e retorno da planta, deve-se reforçar as equipes de operação e de manutenção, mas em pleno retorno de planta problemático, a gestão pressionou a equipe de manutenção própria da unidade para atingir as metas de índices de manutenção regular, causando um perigo desnecessário, já que estava dividindo ainda mais o foco dos trabalhadores para que tudo ocorresse de forma segura.

Até quando situações como essas irão se repetir até que uma real atitude seja tomada? Vamos ficar nessa de lições aprendidas, mas nunca assimiladas pelos gestores da UTGCA, que têm demonstrado ser maus alunos, porque nunca aprendem absolutamente nada!

A Diretoria esteve no dia 08 de abril na unidade afim de apurar o ocorrido e pressionar a gerência e o presidente da CIPA para agendarem uma reunião extraordinária para tratar do ocorrido.