Baixo efetivo em pauta
A diretoria do Sindipetro LP esteve reunida na quarta-feira (03) com representantes do RH da Petrobrás e o atual gerente do Ativo de Processamento de Gás de São Paulo para discutir diversos temas relacionados à gestão de efetivo operacional, denúncias de assédio, regimes eventuais de trabalho, horas extras de troca de turno, banco de horas, recepção de novos empregados, dentre outros assuntos.
O Sindicato começou cobrando as demandas anteriores que ainda estavam pendentes. Os dirigentes solicitaram da gestão um posicionamento mais claro sobre denúncias de assédio na base da UTGCA, ou seja, um posicionamento que inclui uma ação efetiva em relação a gestores que foram denunciados.
Foi ressaltado que afastar definitivamente de um cargo de gestão uma pessoa assediadora é uma prerrogativa do gerente da unidade e não depende, único e exclusivamente, da conclusão de quaisquer investigações pelo setor de RH responsável.
Quanto ao efetivo da base, os dirigentes pressionaram o gerente por uma reposição necessária e imediata de pessoas, devido à redução de operadores nos últimos anos, causada por aposentadorias, desligamentos e transferências diversas. A situação levou supervisores e coordenadores de turno a ocupar irregularmente postos vagos no painel de controle e na área operacional, o que demonstra claramente as manobras usadas pela gestão que põem em alto risco as pessoas, os equipamentos e o meio ambiente.
Porém, de acordo com o representante do RH não há planos para aumentar o efetivo atual, pois o quadro técnico existente, segundo ele, atende plenamente às demandas da empresa. Além disso, a gerência argumentou que as horas extras praticadas na UTGCA não estão acima das horas extras praticadas em outras bases do SISTEMA Petrobrás, por isso não poderia usar essa premissa como base para aumentar o efetivo. Para o Sindicato, porém, usar como parâmetro a quantidade de horas extras praticadas em outras bases do Sistema não tem validade, uma vez que todo o Sistema Petrobrás reduziu o número de trabalhadores e de postos de trabalho e aumentou muito a quantidade de serviços às pessoas que ficaram e o número de horas extras foi ao limite do razoável, inclusive a empresa usou o expediente de criação de banco de horas e redução da remuneração do valor da hora extra, para viabilizar a manobra de redução de custos como um todo.
Os dirigentes contestaram o argumento da gerência, mencionando evidências que mostram a urgência na reposição do efetivo, como períodos de férias sem substituição, afastamentos por motivos de saúde, e a realização de treinamentos obrigatórios durante a jornada de trabalho, que consomem boa parte da rotina de trabalho do empregado que deveria estar focado só nas operações da “planta” e não usar seu tempo efetivo de operação, com efetivo super reduzido, para fazer treinamentos conforme regulamentos. O Sindicato enfatizou a necessidade de discutir um quadro mínimo de técnicos para garantir a segurança operacional da planta, além de exigir o aumento do efetivo próprio de técnicos de manutenção também, pois veio sendo reduzido ao longo dos anos na UTGCA. Ao final, o sindicato se propôs a entregar um relatório contendo as justificativas para o aumento do efetivo.
Sobre os regimes eventuais, os dirigentes destacaram a insatisfação dos técnicos de turno deslocados para o regime administrativo. "Isso não apenas reduz o efetivo operacional, mas também causa prejuízos financeiros aos trabalhadores, que deixam de receber parcelas remuneratórias como o HETT, conforme prescreve o ACT vigente. Além disso, não há flexibilidade de horário, pois estão sujeitos a um horário fixo de trabalho, explicou o diretor Tiago Nicolini.
Técnicos de manutenção em regime de sobreaviso também estão sendo transferidos para o administrativo, o que implica em custos adicionais com alojamento na cidade, ou seja, a gestão pensa exclusivamente em reduzir seus custos, repassando-os ou aumentando os custos dos trabalhadores.
Na discussão sobre HETT e banco de horas, o RH afirmou que a posição da empresa permanece a mesma, conforme discutido na última reunião da comissão de frequência, regimes de trabalho e teletrabalho com os sindicatos filiados à FNP. (Saiba aqui).
Durante a reunião foi programada uma apresentação do Sindicato aos novos empregados recém-ingressados através dos últimos concursos da Petrobrás. O evento ficou agendado para o dia 5 de agosto de 2024 no auditório da UTGCA.
Ao final, o atual coordenador do Sindipetro, Márcio André, ratificou a importância de a gestão sinalizar firmemente e ser transparente nas investigações de assédios na base da UTGCA, e indicou a necessidade de a empresa determinar prazos para o desfecho das denúncias, para por fim logo a essas situações de desconforto aos trabalhadores, melhorando o clima no ambiente laboral, o que diminuiria aquela sensação de impunidade causada pela não aplicação de penalidades aos maus gestores, como ocorre na grande maioria dos casos.
Seguimos na luta!