Fruto de perseguição política
Em reunião com a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, através da participação do diretor, Tiago Nicolini, aproveitou a oportunidade para pleitear junto aos gestores que a empresa reconheça e promova as reparações históricas necessárias nos casos de punições e demissões consideradas injustas, ocorridas tanto durante o período da ditadura militar quanto em anos mais recentes, em plena democracia. Em sua intervenção, o dirigente destacou que, embora haja boa vontade por parte do RH, as questões frequentemente encontram resistência quando encaminhadas ao Departamento Jurídico da empresa, o que impede o avanço da análise dos casos.
Entre os mais emblemáticos, está o da demitida política, Leninha Farias, amplamente conhecido no meio sindical, mas há inúmeros outros que ocorreram nos últimos anos e que, segundo os representantes dos trabalhadores, precisam ser revisados com urgência.
Um ponto de preocupação é o tratamento dado a dirigentes sindicais que ainda enfrentam processos criminais, além das demissões ocorridas após a greve de 2020. Embora muitas dessas demissões tenham sido revertidas judicialmente, a empresa ainda não reconheceu oficialmente que se tratavam de demissões políticas, segundo a visão do Sindicato.
Além disso, a gestão da Petrobrás foi criticada por não reconhecer que uma série de punições aplicadas nos últimos anos foram resultado de perseguições. Casos específicos, como o de Ana Paula Aramuni, demitida injustamente pela Transpetro e que conseguiu ser reintegrada, e do trabalhador Wesley, que foi transferido compulsoriamente do CNCL, são exemplos de situações que o sindicato considera como injustas e que precisam ser revistas.
O diretor relatou sua própria experiência, contando que sofreu uma punição em 2019, a qual conseguiu reverter, posteriormente, na justiça, mas que até hoje não foi oficialmente anulada pela empresa. "Precisamos avançar nessas questões e a empresa deve dar um retorno concreto em relação ao que está sendo colocado", afirmou o representante.
O sindicalista reforçou a importância de se abrir um diálogo mais efetivo sobre essas reparações e da necessidade de a empresa rever as ações tomadas, para que se possa construir um ambiente de trabalho mais justo e transparente.