Farra das gatas
Na manhã de quinta-feira (15), a Diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista recebeu a informação sobre a demissão de dois vigilantes contratados na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba. As demissões, que ocorreram na quarta-feira (14), geraram preocupação entre os trabalhadores, que temem novos desligamentos.
De acordo com relatos, os vigilantes foram demitidos após reclamarem de verbas trabalhistas em atraso, incluindo o FGTS, horas extras, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o plano de saúde, que não estaria funcionando de forma regular. Os petroleiros contratados pela "gata" também estavam organizando um movimento para que ninguém trabalhasse em dias de folga, em protesto contra as irregularidades.
Acredita-se que as demissões tenham sido uma retaliação à organização dos trabalhadores em busca de seus direitos. O clima de terror está instalado entre os funcionários já que ainda não há informações sobre a possibilidade de novas demissões.
A situação é agravada pelo fato de que um dos demitidos teve uma CAT emitida após sofrer um acidente com o tombamento de um contêiner na unidade no ano passado. A demissão de quem “reclama” é uma prática comum utilizada por empresas para "calar a boca" dos trabalhadores. A atitude é um alerta brutal para que outros não reivindiquem seus direitos. A lógica deveria ser clara: trabalhou, tem que receber!
A escravidão já foi abolida e existe a CLT e os Acordos para que os direitos trabalhistas existem para serem cumpridos.
O caso destaca a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa das condições de trabalho e do cumprimento dos direitos trabalhistas nas empresas contratadas pela Petrobrás, que não pode continuar a fechar contratos com empresas de baixo calibre e sem lastro financeiro, que não conseguem pagar os salários e benefícios dos trabalhadores em dia. A situação dos petroleiros indiretos contratados tem se deteriorado em todo o Sistema Petrobrás.
Entendemos que todos esses problemas são de responsabilidade do da Petrobrás, que visa apenas o menor valor nas licitações, sem considerar o histórico e a conduta de empresas contratadas. A administração da Petrobrás deveria prezar pela manutenção dos empregos e pela dignidade dos trabalhadores contratados pelas empreiteiras.