Gestão nega alimentação a sindicalista, dificultando o acesso ao restaurante e atrapalhando o trabalho no SPIE

UTGCA

Na última semana, a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA) passou por um processo de auditoria no Sistema Próprio de Inspeção de Equipamentos Estáticos (SPIE). Conforme o legislação, representantes do Sindicato são convocados a participar. No entanto, a situação tomou um rumo inesperado quando a gerência local,  responsável pelo refeitório, negou a entrada de um dirigente sindical aposentado, impedindo-o de almoçar no local. A situação só foi revertida após negociação humilhante.

A negociação se tornou necessária devido à localização remota da unidade de gás de Caraguatatuba, que está em uma área de difícil acesso. O dirigente sindical precisava se deslocar da subsede do sindicato, situada em outra cidade, o que demandava um tempo considerável. Esse deslocamento prolongado comprometeria a fiscalização e o encerramento da auditoria do SPIE, programado para às 13h.Esse tratamento dado ao Sindicato aponta que ainda somos considerados inimigos para os gestores que permaneceram no comando da empresa após a troca da Presidência da República em janeiro de 2023.

A recusa em fornecer uma refeição a um dirigente sindical, que foi realizar seu trabalho, evidencia uma conduta desprezível, que prima pela falta de humanidade e empatia, mas que não surpreendeu ninguém, já que era uma prática que acontecia rotineiramente na gestão anterior, que ainda persiste, apesar de já termos quase dois anos de um novo governo, o qual se comprometeu em tratar os trabalhadores e suas entidades representativas com respeito. Impedir ou dificultar acesso ao restaurante da Petrobrás é atitude que pode ser considerada, no mínimo, desrespeitosa e bem seletiva, já que era comum policiais almoçarem de graça no local e a alta frequência deles só diminuiu após denúncias dos trabalhadores.  

Para se ter uma ideia do perfil de gestão da UTGCA, recentemente, em 2023, a unidade não forneceu luvas para voluntários trabalharem na tragédia no Litoral Norte - que causou 65 mortes e deixou centenas de desabrigados. A política de lucro a qualquer custo, passando pela prática de cortes desmedidos de despesas, tudo para atingir metas e dar retorno financeiro aos próprios gestores, traz à tona a máxima "farinha pouca, meu pirão primeiro". Isso demonstra que a responsabilidade social permanece meramente no papel e para "inglês ver". É impressionante como tudo que é ruim cria raiz, frutifica e prolifera nessa unidade.

A Diretoria do Sindicato expressa preocupação com o fato de que, se tal tratamento é reservado a um dirigente sindical em sua atividade legalmente atribuída, é possível imaginar o que pode ocorrer com os trabalhadores próprios e contratados. A ambiência saudável em um local de trabalho depende do perfil das lideranças que lá se encontram.

A expectativa era de que a nova gestão da UTGCA adotasse uma abordagem com mais empatia e respeito, alinhando-se com as recentes diretrizes da empresa. É de suma importância que os gestores demonstrem maior consideração não apenas pelos trabalhadores da ativa, mas também pelos aposentados que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da empresa e continuam a se engajar na defesa dos direitos da categoria e na luta por uma Petrobrás 100% estatal.