Segundo pesquisa espontânea feita pela Datafolha, Petrobrás volta a se isolar como Marca que Representa o Brasil

após quatro anos

Talvez seja relativamente fácil lembrar de uma marca de smartphone, maionese ou geladeira. Mas qual o primeiro nome que vem à cabeça da população quando se fala em "marca que representa o Brasil"?

Essa foi a pergunta feita pela pesquisa Datafolha, que trouxe novamente como principal resposta a Petrobrás, desta vez, vencedora isolada — em 2023, quando a categoria voltou ao Top of Mind após quatro anos, a empresa petrolífera havia dividido o título com Adidas, Havaianas e Nike.

Nesta edição, a Petrobrás, maior companhia do país em valor de mercado, foi a única a atingir dois dígitos no levantamento, com 10% das menções espontâneas — quase o dobro dos 6% do ano passado.

"Tamanho reconhecimento da população demonstra que a empresa é considerada símbolo nacional de excelência, inovação e sucesso, e reforça a imagem da Petrobras como referência no mercado e como representante da identidade e dos valores do país", afirma Rosane Aguiar Figueiredo, gerente de planejamento, gestão e marcas da Petrobras.

O fato de ter Brasil ou BR no nome, usar as cores da bandeira e ter forte presença na mídia também ajuda, na opinião de Marcos Bedendo, professor de marketing e branding da ESPM.

"Fala-se muito sobre ela [a Petrobrás], discutem as políticas em vigor, a forma como a empresa é utilizada pelo governo. Tudo isso, naturalmente, ressalta a imagem da marca em relação à população. E aí acredito que acaba caindo muito para ícones que tenham o ‘bra’ e o verde e amarelo", comenta Bedendo sobre o triunfo da Petrobras na categoria.

Em outubro de 2023, a empresa celebrou seus 70 anos com campanhas que enfatizavam sua presença nas diversas regiões do país enquanto lançava produtos como a gasolina Podium Carbono Neutro.

Nas redes sociais, a companhia busca engajamento de formas diferentes com o usuário. "Cada rede social desempenha um papel específico. Por exemplo, o LinkedIn é utilizado para compartilhar conteúdos relacionados ao negócio, destacando inovações e avanços tecnológicos que reforçam a posição da Petrobras como líder na transição energética justa", diz a gerente de planejamento.

Já o Instagram traz conteúdos e histórias que humanizam a marca, criando uma conexão com os seguidores e fortalecendo o posicionamento da empresa, continua a gerente.

"E o TikTok nos permite falar com um público mais jovem, com conteúdos mais leves e dinâmicos", completa Figueiredo.

Apesar da atenção com a comunicação digital, a marca registrou seu menor índice de lembrança entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, com apenas 4% — já na faixa etária de 35 a 44 anos, atingiu 14% das citações.

A superexposição da empresa na mídia extrapola o noticiário econômico ou comentários sobre o preço da gasolina.

Nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, por exemplo, a companhia apoiou 44 atletas, incluindo as medalhistas de ouro Beatriz Souza (judô) e Ana Patrícia/Duda (vôlei de praia). Se fosse uma nação, o time da Petrobras terminaria o evento à frente de países como Argentina e Portugal no quadro de medalhas.

Atletas paralímpicos, como a nadadora Carol Santiago, que se tornou a brasileira com mais medalhas de ouro em Paralimpíadas, também foram contemplados. Ao todo, a companhia investiu R$ 14,3 milhões ao longo de todo o ciclo.

Na cultura, depois de algumas temporadas ausente, a empresa petrolífera voltou a ser a patrocinadora máster da tradicional Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. No ano passado, o logotipo da Petrobras pousava acima do nome do evento no cartaz oficial. A parceria foi repetida neste ano e está confirmada para o próximo.

Fonte: Aepet