em 2023
Uma mulher ou menina foi morta a cada 10 minutos pelo parceiro ou familiar em 2023, aponta o relatório divulgado nesta segunda-feira (22), Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Os dados são de um trabalho conjunto da agência da ONU para mulheres e do escritório das Nações Unidas (UNODC) sobre drogas e crime.
Ao todo, mais de 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente no ano passado. Cerca de 60% desses homicídios (51.100) foram cometidos por um parceiro íntimo ou um membro da família. Ou seja, diariamente, 140 mulheres morreram nas mãos de pessoas próximas.
O continente africano concentra as taxas mais elevadas de feminicídio relacionado a parceiros íntimos e familiares, seguida pelas Américas e pela Oceania.
De acordo com o relatório, na média global, mais da metade dos autores são familiares, enquanto parceiros representam 45% do total.
Já em relação às Américas, a tendência é invertida: 42% das mortes são cometidas por membros da família, enquanto em quase 60% dos casos companheiros foram os principais perpetradores.
Dados fornecidos pela França, Colômbia e África do Sul mostram que cerca de 30% das mulheres mortas pelos companheiros já haviam denunciado alguma forma de violência física, sexual ou psicológica antes de serem assassinadas.
Segundo o relatório, isso significa que muitas mortes poderiam ter sido evitadas, por exemplo, com ordens judiciais. A Diretora Executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, destaca que é necessária uma legislação mais robusta.
Os dados disponíveis mostram que houve pouco progresso na prevenção desses crimes nos últimos anos – e apenas 40% das mulheres procuram ajuda de qualquer tipo depois de sofrerem violência.
Segundo Ghada Waly, Diretora Executiva do UNODC, os dados mostram a necessidade de uma atuação mais presente dos sistemas de justiça.
“O novo relatório sobre o feminicídio destaca a necessidade urgente de sistemas de justiça criminal fortes que responsabilizem os perpetradores, garantindo ao mesmo tempo um apoio adequado aos sobreviventes, incluindo o acesso a mecanismos de denúncia seguros e transparentes”, disse.
Fonte: G1