Após reunião sem avanços
Na reunião da FNP e seus sindicatos com a Petrobrás e Transpetro, realizada nesta sexta-feira (7), para discutir as mudanças unilaterais que a empresa tenta impor à categoria sobre o teletrabalho, ficou evidente a postura de descaso da gestão. Os representantes do RH admitiram que sequer possuem autorização para negociar com o movimento sindical a respeito do tema.
A gestão reafirmou as mudanças e manteve o calendário de mudanças no regime de teletrabalho, o que é um importante alerta para o movimento sindical e trabalhadores, pois, embora o RH tenha solicitado três semanas para dar uma resposta sobre a abertura de negociações, tudo o que foi imposto até agora pela empresa permanece em pé. A diretoria do Sindipetro-LP e a FNP deixaram claro que não haverá nenhum retrocesso, pois a empresa não resolveu o tema do teletrabalho nem no GT (grupo de trabalho) nem no ACT, e a cláusula que entrou no ACT é bastante limitada.
A reivindicação é simples: não se pode começar uma negociação com a empresa impondo um retrocesso. O movimento sindical não aceitará mudanças unilaterais e continuará mobilizado, exigindo respeito aos direitos da categoria.
Portanto, embora o RH tenha pedido um prazo de três semanas para responder sobre a negociação, não há perspectiva de que esse período signifique uma suspensão da alteração ou que a empresa realmente se disponha a negociar de boa fé. A mobilização continuará firme, pois ainda não há sinalização de que a empresa vá de fato recuar nas mudanças que estão sendo impostas.
Histórico das Mudanças
A empresa anunciou mudanças no teletrabalho em 09 de janeiro de 2025. A alteração começará em 10 de março de 2025 para Gerentes Setoriais, Coordenadores, Consultores e Supervisores, e em 07 de abril de 2025 para os demais empregados.
De acordo com o RH, quem optar pelo trabalho híbrido deverá fazer nova adesão. A empresa ainda não divulgou as orientações e prazos. Quem não aderir às novas regras de trabalho híbrido deverá cumprir a jornada integralmente de forma presencial.
Além disso, de acordo com o novo modelo de teletrabalho, quem aderir o regime de três dias presenciais, a empresa pretende alterar a concessão de até 6 dias extras de teletrabalho por ano, negociados com o gestor imediato. A quantidade mínima de dias presenciais passará de 2 para 3 dias por semana. Um dos dias presenciais será, obrigatoriamente, segunda ou sexta-feira, conforme escala negociada com o gestor. Haverá também um prazo de 18 meses de trabalho presencial integral para novos trabalhadores admitidos a partir de 09/01/2025, contados a partir do início de suas atividades na lotação, incluindo o público-alvo do teletrabalho integral.
Segundo o RH, as mudanças são motivadas pelos desafios do Plano de Negócios 2025-2029, pela necessidade de acelerar projetos e pelo alinhamento com as práticas de mercado e estatais, com 3 dias presenciais por semana. A empresa também defende a flexibilização das regras conforme suas necessidades e a carga de liderança imediata.
Diante das incertezas apresentadas pela empresa na reunião, as federações FNP e FUP, junto aos seus sindicatos, estão convocando um ato nacional na próxima quarta-feira (12), nos prédios administrativos do Sistema Petrobrás.