A luta dos trabalhadores da América Latina e do Caribe contra a privatização da energia

Equador

A Federação Internacional do Setor de Energia e Serviços Relacionados da América Latina e do Caribe (FITELYC) se reuniu em Quito para consolidar uma frente regional em defesa da soberania energética e dos direitos dos trabalhadores do setor.

Esta reunião ocorreu em um contexto de resistência, quando uma ação de descumprimento foi ajuizada no Tribunal Constitucional e um sit-in realizado no Ministério da Energia contra a concessão do Campo de Sacha.

O workshop sobre transição energética também foi realizado com apresentações de representantes do Equador, Brasil e Chile. David Almeida (Equador), Gustavo Machado (Brasil) e Alejandro Ochoa (Chile) apresentaram suas perspectivas sobre o tema, em um espaço que também contou com a presença da Confederação Equatoriana de Organizações Unitárias de Classe dos Trabalhadores (CEDOCUT). Posteriormente, foi realizada uma sessão plenária na qual os participantes debateram e avançaram na construção de uma posição unificada dos trabalhadores dos setores elétrico e petrolífero.

A delegação da FITELYC foi recebida na Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), por seu secretário executivo, Andrés Rebolledo. Nesse espaço, foram coordenadas ações de cooperação estratégica nas quais os trabalhadores são uma voz essencial dentro dessa organização regional.

Foram definidos pontos-chave de trabalho em termos de formação. Foi ainda acordada a divulgação das análises realizadas pelos trabalhadores através dos canais de comunicação da OLADE. Além disso, a FITELYC foi reconhecida por ser a primeira organização latino-americana e caribenha de trabalhadores do setor de energia.

A delegação de 14 líderes foi recebida na sede do CEDOCUT. Lá, foram trocadas informações sobre a realidade sindical no Equador. e América Latina.

Sobre a FITELYC:

A FITELYC nasceu em resposta à perseguição de líderes sindicais e à crescente ameaça de privatização no setor de energia. Em setembro de 2024, David Almeida denunciou irregularidades na tentativa de privatização do campo de Sacha e os impactos negativos na soberania energética do Equador. Diante desse contexto, trabalhadores de vários países mostraram seu apoio e decidiram se unir para formar a federação e consolidar uma plataforma de resistência e defesa dos direitos trabalhistas e dos recursos naturais na região, com a construção de um modelo energético que priorize o bem-estar social em detrimento dos interesses privados.

Fonte: antepecuador.com