Luto
Mais um dia de luto e tristeza para a categoria petroleira. O marinheiro de convés Edilson Sérgio da Silva, que trabalhava no navio Dragão do Mar, da Transpetro, faleceu nesta quarta-feira (19) enquanto exercia suas atividades laborais.
Diante desse trágico ocorrido, os representantes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiram suspender a reunião do Grupo de Trabalho (GT) de SMS na prestação de serviços, que acontecia no mesmo dia. O GT de SMS dos prestadores foi criado justamente após a morte de dois trabalhadores da empresa Olicampo, em novembro de 2024, no TEBIG, no Rio de Janeiro, com o objetivo de tratar casos como este. No entanto, a realidade tem se imposto de maneira dura e contínua sobre a categoria.
O acidente desta quarta-feira (19) não é um caso isolado, mas parte de uma série de fatalidades que têm devastado famílias e evidenciado que a segurança não é tratada como um valor prioritário na empresa. A gestão da Transpetro e da Petrobrás precisa assumir sua responsabilidade e adotar medidas urgentes para garantir a segurança nas unidades, antes que mais vidas sejam perdidas.
Em outubro de 2024, em um intervalo de apenas 72 horas, três trabalhadores que prestavam serviço para a Petrobrás perderam a vida em acidentes diretamente relacionados à precarização das condições de segurança. Rafaela Martins de Araújo, de 27 anos, contratada pela MJ2 Construções, foi atropelada por um rolo compressor que teria perdido o freio. Petherson Katika, da Jomaga, faleceu na Repar em 8 de outubro. Já Edson Lopes Almeida, técnico da Modec, foi encontrado morto a bordo do FPSO Niterói, com indícios de causas naturais.
A política adotada nas últimas gestões, perpetuada pelos atuais gestores das unidades, tem contribuído para o aumento dos acidentes. Privatizações, desinvestimentos, redução de efetivo e o crescimento desenfreado da terceirização demonstram que, a cada dia, a responsabilidade de garantir a própria segurança recai sobre os trabalhadores e os sindicatos.
O Sindipetro-LP, juntamente com os sindicatos petroleiros de todo o país, continuará cobrando e levando como prioridade as reivindicações da categoria por mais segurança no trabalho, incluindo a substituição de equipamentos obsoletos, adoção de medidas preventivas, proteção contra exposição a produtos químicos e mitigação de todos os tipos de riscos que resultam em mortes anunciadas de trabalhadores.
Roupa de trabalhador não pode ser mortalha! Basta de mortes!
Fórum de SMS
No mesmo dia, ocorreu o Fórum de Prestação de Serviços de Terceiros, onde foram apresentadas denúncias sobre as condições de trabalho dos contratados. Durante as exposições de representantes da empresa e dos sindicatos, ficou evidente o abismo entre as políticas de SMS consideradas ideais pela gestão da Petrobrás e a realidade enfrentada pelos petroleiros contratados. Sindicatos relataram uma desconexão clara entre o discurso da companhia e as condições efetivas no chão de fábrica.
As denúncias incluem uma série de irregularidades, como calotes, atraso no pagamento, pisos salariais abaixo da função, subnotificação de acidentes, assédio moral e sexual e falta de EPIs. A destruição de direitos e as condições precárias de trabalho dos terceirizados foram classificadas como alarmantes.
O atual modelo de contratação não é adequado para lidar com empresas do porte da Transpetro e da Petrobrás, o que agrava ainda mais os problemas enfrentados pelos trabalhadores.
