Após pressão nas assembleias
Após as assembleias deliberarem pela permanência da alimentação in natura na RPBC, o Sindipetro-LP iniciou uma atuação firme para garantir melhorias na qualidade do serviço prestado. A primeira ação concreta foi a reunião realizada na última sexta-feira (4) com representantes da área de contratação e fiscalização do contrato de alimentação da refinaria, na qual o sindicato apresentou as principais reclamações da categoria e cobrou respostas da gestão.
Durante o encontro, foram expostas diversas falhas no contrato atual, e a empresa informou que já está em andamento o estudo para um novo contrato, com alterações baseadas nas demandas dos trabalhadores e em pesquisas de satisfação realizadas internamente. O sindicato argumentou que a força de trabalho não confia no sistema, questionando sua transparência e eficácia. A empresa, por sua vez, comprometeu-se a aprimorar a divulgação dessa pesquisa, incluindo a instalação de cartazes e ações informativas, como a presença de representantes para explicar a importância da participação. Segundo a empresa, a pesquisa é vista como primordial para avaliar e corrigir limitações na qualidade do serviço de alimentação.
Entre os principais avanços apresentados, está o aumento da quantidade de proteína nas refeições principais (almoço e jantar), que passará de 200g para 300g. Será mantida a incidência eventuais de carnes nobres, como filé mignon, salmão e camarão, e permanecerão disponíveis as quatro opções de saladas, frutas e sobremesas. Em relação aos lanches dos turnos, também haverá mudanças. No lanche de entrada, além dos itens já oferecidos (pão, fruta, suco integral e iogurte), o novo contrato prevê a inclusão de preparações quentes alternadas, como ovos mexidos, cuscuz e carnes refogadas, além de mix de oleaginosas e kit com farinha de aveia. No lanche de saída, as proteínas passarão para 120g, com inclusão de salgados assados (esfirras, croissant, misto ou pão com proteína), sopa de 200ml, frutas (de 2 para 3 tipos), barras de cereal e salada. Os sucos ofertados nos lanches também serão industrializados e de melhor qualidade, substituindo os preparados artesanalmente.
O sindicato, no entanto, foi firme ao afirmar que a qualidade dos insumos não garante, por si só, a satisfação da força de trabalho – o que inclui também os trabalhadores e trabalhadoras contratados do restaurante, que têm relatado sobrecarga e excesso de trabalho. Segundo a empresa, para atender melhor à demanda desses profissionais, os hortifrúti e as proteínas passarão a ser entregues já higienizados e porcionados, medida que deve contribuir para melhorar o ritmo de trabalho na cozinha e reduzir o desgaste físico da equipe.
Para o Sindipetro-LP, no entanto, essa mudança precisa vir acompanhada da valorização dos profissionais responsáveis pela produção das refeições. A diretoria do sindicato reforçou que lutará, junto ao sindicato da alimentação – que será acionado –, para que esses trabalhadores também sejam reconhecidos e respeitados.
A diretoria do sindicato propôs a implantação de um plano piloto para oferecer desjejum aos trabalhadores do setor administrativo no refeitório central, buscando equipará-los aos trabalhadores de turno, que já contam com essa refeição. A demanda reflete uma reclamação frequente do pessoal administrativo, que, ao chegar de transporte, não dispõe de café da manhã antes de iniciar suas atividades. A empresa se comprometeu a levar a proposta ao gerente-geral para análise de viabilidade e informou que dará um retorno em uma próxima reunião.
Durante a reunião, o Sindipetro-LP também denunciou a incoerência da política de “alimentação saudável” propagada pela companhia nos últimos anos. Para o sindicato, ficou evidente que a retirada de insumos como refrigerantes, chocolates e itens calóricos se deu muito mais por corte de custos do que por preocupação genuína com a saúde dos trabalhadores. A recente tentativa de substituir o fornecimento in natura pelo VR escancarou essa lógica: ao “lavar as mãos” e transferir para os trabalhadores a responsabilidade por sua alimentação, a empresa deixou claro que a verdadeira prioridade é a economia.
Outra cobrança foi em relação à política de escolha das empresas contratadas, que segundo o sindicato, prioriza o custo em detrimento da qualidade. Diante desse cenário, o sindicato foi categórico: não aceitará retrocessos disfarçados de modernização.
Exige uma alimentação in natura, saborosa, saudável, farta e digna – como deve ser em uma empresa do porte da Petrobrás. A satisfação dos trabalhadores, enquanto consumidores finais, é o que deve orientar todo o processo. E o Sindipetro-LP seguirá vigilante para garantir que isso se concretize.
Essas melhorias, que serão fiscalizadas de perto pelo sindicato e devem ser constantemente reportadas pela categoria – que é quem usufrui diretamente dos serviços –, representam um passo importante. A luta do sindicato continuará firme por melhorias na alimentação in natura e pela implementação adicional do vale alimentação, tudo em favor do coletivo, assegurando melhores condições para a categoria.
O Sindipetro-LP reforça seu compromisso de seguir mobilizado e vigilante para garantir que os direitos dos petroleiros e petroleiras sejam plenamente atendidos.