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A reunião entre os Sindicatos da FNP, incluindo o Sindipetro-LP, e a Petrobrás, realizada na véspera do feriado de Páscoa (17), trouxe avanços em temas importantes, especialmente relacionados à AMS e ao custeio do Grande Risco. O encontro começou com a cobrança de respostas a pendências de reuniões anteriores e o envio de um novo ofício com solicitações adicionais.
A Petrobrás apresentou o reajuste do Grande Risco, fixado em 6,92% — um índice significativamente menor do que os percentuais abusivos praticados no passado recente, como os 13,69% do ano anterior, baseados no VCMH. A redução expressiva no percentual aplicado é fruto direto da mobilização e da luta dos Sindicatos, que garantiram, por meio do Acordo Coletivo de Trabalho, a adoção de um novo critério de correção mais justo: o IPCA Saúde e Cuidados Pessoais. Essa mudança representa uma importante vitória dos trabalhadores na defesa da AMS, com impacto direto no bolso de quem utiliza o plano. A empresa informou ainda que o valor não aplicado em março será cobrado retroativamente no contracheque de abril.
Outro ponto debatido foi o saldo devedor da AMS, que alcança R$ 370 milhões em janeiro de 2025. Segundo a Petrobrás, o valor será cobrado sem reajustes, respeitando os parâmetros de desconto do contracheque da época. A FNP reiterou sua preocupação com o peso dessa dívida, que atinge especialmente aposentados e pensionistas – grupo que representa 97% dos devedores, segundo dados compartilhados pela própria empresa.
Foi abordado também o superávit de R$ 92,2 milhões registrado em 2024, originado pela cobrança de 2% sobre a remuneração variável. Para os Sindicatos, o valor positivo é resultado direto de medidas conquistadas no ACT, como a revisão da tabela de custeio e a aplicação do limite de 15% de margem consignável. Os Sindicatos cobraram que esse montante seja revertido em melhorias para os usuários da AMS, com foco na população aposentada.
Também foram discutidas questões como a reavaliação do contrato da ambulância que faz o transporte dos assistidos do Litoral Norte em Jacareí, a liberação de medicamentos com canabidiol e as dificuldades para acessar terapias ABA. O Sindipetro-LP reforçou a necessidade de que o tratamento ABA seja incluído no Programa de Assistência Especial (PAE) sem a coparticipação de 70/30, que dificulta o acesso dos beneficiários.
Os Sindicatos solicitaram ainda dados detalhados sobre o funcionamento de programas como o Wellhub (antigo Gympass), Benefício Farmácia, novo PASA e as regras de exclusão de inelegíveis da AMS – tema que gera dúvidas, especialmente sobre a manutenção de dependentes no plano. A participação da APS nas reuniões da Comissão de AMS também foi cobrada novamente.
O encontro foi encerrado com a entrega de novas demandas à Petrobrás, com a expectativa de que sejam respondidas antes da próxima reunião.