Regulamentação
Nesta terça-feira (29), dirigentes do Sindipetro-LP e representantes dos sindipetros que compõem a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) participaram de uma reunião com RH da Petrobrás, no Rio de Janeiro, para debater a o regime de teletrabalho. A principal reivindicação da categoria é a regulamentação e manutenção do modelo híbrido em vigor, mantendo três dias de teletrabalho por semana.
Durante o encontro, a Petrobrás apresentou um panorama do teletrabalho na empresa, revelando que mais da metade do seu efetivo está hoje no regime híbrido, sendo que a ampla maioria desses trabalhadores e trabalhadoras não ocupa funções gerenciais. Entre os empregados no regime híbrido, cerca de 80% atuam em prédios administrativos e 20% em áreas operacionais.
A empresa também compartilhou informações demográficas que mostram um perfil diversificado entre os empregados e empregadas em teletrabalho: aproximadamente 24% são mulheres e 76% homens; 75% possuem nível superior e 25% são de nível técnico. Cerca de 90% têm entre 31 e 60 anos de idade.
A realidade familiar também foi considerada relevante, com milhares de trabalhadores tendo filhos pequenos — mais de 7 mil possuem filhos de até 12 anos de idade. Além disso, a maioria dos empregados reside na mesma cidade ou região metropolitana do local de trabalho, e cerca de 89% moram a mais de 150 km do imóvel da empresa, o que reforça a importância do teletrabalho na melhoria da qualidade de vida.
A direção da Petrobrás alegou que o retorno parcial ao presencial seria importante para promover a integração de novos empregados e fortalecer o senso de pertencimento à empresa. Os gestores citaram também o exemplo de outras empresas do setor de petróleo, das quais 83% adotam modelos híbridos — a maioria exigindo três dias presenciais por semana — e de estatais como o BNDES e a Casa da Moeda, que também adotam práticas semelhantes.
O Sindipetro Litoral Paulista e a FNP, por sua vez, destacaram que o atual modelo tem funcionado bem e que não há justificativa técnica ou social para retroceder. Além disso, defenderam que o modelo vigente equilibra as necessidades operacionais da empresa com condições de trabalho que respeitam a saúde, a produtividade e a vida familiar dos trabalhadores. Por isso, a luta é pela permanência do modelo híbrido com três dias de teletrabalho por semana.
A Petrobrás se comprometeu a apresentar sua proposta oficial sobre o tema na próxima semana, com início em 5 de maio. A Transpetro deverá seguir as diretrizes estabelecidas pela holding. O documento será levado ao conhecimento da categoria, que irá decidir sobre o tema por meio de assembleias.
O Sindipetro-LP e a FNP reafirmam que seguirão atentos, mobilizados e determinados a garantir que os direitos da categoria sejam preservados, com foco na valorização dos trabalhadores e no respeito às conquistas acumuladas ao longo dos anos.