Nova rodada
Em mais uma rodada de negociação entre a gestão de RH da Petrobrás e os sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), realizada para tratar do regime de teletrabalho, os avanços foram novamente limitados diante das demandas apresentadas pelos trabalhadores do setor administrativo.
A novidade da reunião foi a apresentação, por parte da companhia, de uma proposta voltada à promoção da parentalidade durante a gestação e os primeiros anos de vida da criança. A medida prevê a manutenção do trabalho remoto por até três dias por semana para os seguintes públicos:
Mulheres durante a gestação, incluindo aquelas deslocadas para o horário administrativo em regime especial;
Mães ou responsáveis legais, após o término da licença-maternidade e até que a criança complete um ano de idade;
Pais ou responsáveis legais, após a licença-paternidade e até que a criança complete seis meses de idade.
No entanto, a proposta não contempla os seis dias adicionais de teletrabalho previstos para outros casos, enquanto perdurarem as condições descritas acima.
Se implementada, a cláusula beneficiaria de forma direta apenas um grupo restrito: atualmente, 66 empregados da empresa possuem filhos com até seis meses de idade. Já 3.109 empregados têm filhos entre seis meses e seis anos. Segundo dados fornecidos pela própria Petrobrás, a cada ano, cerca de 773 homens solicitam licença-paternidade, 146 mulheres entram em licença-maternidade e 139 registram gestações.
Apesar de reconhecer a importância da medida apresentada, os sindicatos consideram que a proposta ainda está aquém das necessidades dos trabalhadores administrativos e reafirmam o compromisso de continuar lutando por avanços concretos no modelo de trabalho híbrido, com maior previsibilidade, equidade e valorização da categoria.
Outro ponto de insatisfação foi a ausência de qualquer manifestação da empresa em relação ao dia da Greve Nacional Unificada, realizada em 26 de março, que teve adesão significativa da categoria.
A proposta apresentada será levada à apreciação da categoria por meio de assembleias. A FNP reforça que a mobilização e participação dos trabalhadores é fundamental para ampliar as conquistas e garantir melhores condições de trabalho para todos.
Seguimos em mesa, com disposição para negociar e lutar por um regime de teletrabalho mais justo, inclusivo e abrangente.