Saudade
Hoje, 30 de maio, faz cinco anos que partiu nosso companheiro Antônio Carcavalli, mas sua presença ainda ecoa em cada luta, em cada greve, em cada defesa incansável dos direitos dos trabalhadores. Carcavalli não era apenas um petroleiro; era um símbolo de resistência, um guardião da solidariedade de classe e, acima de tudo, um cara do bem.
Um Operário que amava a Petrobrás e sua categoria, técnico de operação na RPBC desde 2008, Carcavalli dedicou sua vida não só ao trabalho, mas à construção de uma Petrobrás forte e soberana, ao lado de quem realmente a faz acontecer: os petroleiros. Ele não media esforços para organizar a categoria, seja nas greves, nas CIPAs ou no dia a dia da refinaria. Sabia que a união era a força que moveria as transformações.
O Xerife do União Petroleira
Foi um dos idealizadores do União Petroleira, grupo que reúne petroleiros e petroleiras de toda parte do país no Whatsapp. Entre debates acalorados, estratégias de luta e até alguns momentos de descontração, Carcavalli era o equilíbrio. Ali, ele conectava a categoria, promovia debates importantes e lembrava a todos da essência de nossa luta: defender a Petrobrás e os direitos dos trabalhadores.
Para ele, as assembleias deveriam ser na sede do Sindicato - salvo para grupos que estivessem trabalhando durante o horário do pleito -, longe dos "olheiros" da empresa e do assédio que poderia inibir o trabalhador de se manifestar. Defendia o Sindicato com unhas e dentes e acreditava que casa cheia em assembleias representava união e disposição de luta. Mas, se por outro lado, a casa não estava tão cheia assim, via nisso a confiança da categoria na condução da diretoria, aos quais admirava e incentivava a seguir firmes. Sem meias palavras, sabia cobrar responsabilidade de cada um, seja por ação ou omissão, sem passar a mão na cabeça. Era duro quando preciso, mas nunca perdia a ternura. Era nosso xerife, mas também nosso irmão.
Carcavalli era um dos 15 petroleiros do grupo 5 que apresentaram sintomas característicos da Covid-19 e foi vítima da negligência e do descaso, enquanto gestores da empresa e o governo Bolsonaro insistiam na política negacionista e genocida.
Ele, que lutou até o fim por condições dignas de trabalho, foi abandonado por quem deveria garantir sua segurança. Sua morte não foi um acaso: foi consequência da ganância e do desprezo pela vida trabalhadora.
No domingo, dia seguinte à sua partida, realizamos um ato em sua homenagem na RPBC, simbolizando nosso compromisso de transformar o luto em luta, exatamente como ele faria questão.
Hoje, cinco anos depois, não permitiremos que sua memória se apague. Carcavalli nos mostrou que ser petroleiro é mais do que um trabalho; é estar do lado certo da história, é lutar pela Petrobrás e pela classe trabalhadora.
Carcavalli, presente! Hoje e sempre!
