Vai ter luta!
A categoria petroleira do administrativo do Edisa Valongo, em Santos, reuniu-se nesta quarta-feira (4), na entrada da unidade, e decidiu suspender a votação sobre o termo de teletrabalho proposto pela Petrobrás. A decisão foi motivada pelo envio de uma minuta rebaixada pela empresa às bases do Sindipetros que participaram da greve de 48 horas iniciada em 29 de maio. O rebaixamento, que excluiu três cláusulas fundamentais do acordo, gerou ampla indignação entre os trabalhadores e trabalhadoras, levando ao indicativo de suspensão.
As mudanças discriminatórias atingiram exclusivamente as bases que mobilizaram o administrativo e participaram da greve. Por outro lado, as bases de Minas Gerais e Bahia, ligadas à FUP, que rejeitaram a proposta da Petrobrás mas não realizaram greve, tiveram as cláusulas mantidas, evidenciando um tratamento desigual e uma retaliação direcionada contra as bases da FNP.
A decisão de suspender a deliberação foi um recado direto à postura da empresa, sendo postergada para avaliação nos dias 9 ou 10 de junho. Esse prazo foi estipulado pelo Sindipetro-LP para que a Petrobrás reavalie sua conduta discriminatória e pratica antissindical. Caso a empresa não reveja seu posicionamento, o sindicato poderá deliberar por uma greve ampliada em todas as suas bases, além de tomar medidas cabíveis junto a órgãos nacionais e internacionais, como a OIT.
Cláusulas retiradas pela Petrobrás:
1. Flexibilidade para quem reside longe do trabalho:
o A proposta original permitia que empregados e empregadas residentes a mais de 100 quilômetros do local de trabalho pudessem atuar remotamente até três dias por semana, até 31 de julho de 2025. Esse item foi excluído.
2. Transição para regime especial:
o A exclusão atingiu trabalhadores em regime especial que já atuavam remotamente em horário administrativo. A cláusula permitia que eles mantivessem essa condição até 31 de dezembro de 2025, mas a retirada impede que ingressantes no regime remoto após 1º de junho de 2025 tenham acesso ao modelo híbrido.
3. Compensação de dias de greve:
o A possibilidade de compensação das ausências dos dias 26 de fevereiro e 26 de março de 2025 foi eliminada. A empresa propôs tratar essas ausências como “greve com desconto”, sem margem para negociação ou compensação no banco de horas.
O Sindipetro-LP destaca que, embora a mobilização no Litoral Paulista estivesse inicialmente atrelada ao Rio de Janeiro, agora é o momento de tomar decisões independentes diante dos ataques direcionados sofridos pela categoria. Nunca, em seus 70 anos de história, a Petrobrás apresentou uma proposta rebaixada dessa maneira para quem fez greve.
A unidade será essencial para enfrentar os ataques da gestão Magda, que, se não forem bravamente rechaçados, poderão se estender a todos os petroleiros e petroleiras do país. Nesse cenário, o sindicato já sinalizou a convocação de novas assembleias com indicativo de greve geral, abrangendo todas as bases do Litoral Paulista. Além disso, o Sindipetro-LP reafirma seu compromisso de acionar instâncias políticas e jurídicas e mobilizar ainda mais apoio para intensificar a pressão contra a Petrobrás, exigindo a reversão dos ataques aos direitos da categoria.
A mensagem enviada à Petrobrás é clara: não pague para ver!