Alterações nos contratos, já!
Nesta quinta-feira (12), petroleiros e petroleiras dos grupos de turno e administrativo, tanto próprios quanto terceirizados, da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) e da UTE Euzébio Rocha, realizaram uma paralisação em protesto contra os atrasos nos pagamentos causados por empresas terceirizadas do Sistema Petrobrás. Essa situação não se restringe ao Litoral Paulista, mas tem sido relatada em diversas unidades do Sistema Petrobrás por todo o Brasil, conforme denúncias recebidas pelo Sindipetro-LP, inclusive apontando outras empresas caloteiras, o que reforça a necessidade de mais proteção aos trabalhadores nas contratações.
A empresa, vendida para outra, que assumiu o contrato, já foi responsável por construções significativas no Sistema Petrobrás, como a oficina mecânica e o auditório na área industrial da RPBC, agora enfrenta críticas e revolta dos trabalhadores. Desde o início da semana, o Sindipetro-LP tem recebido relatos crescentes sobre os atrasos salariais, especialmente após o diretor Fábio Mello abordar o tema em um vídeo divulgado na quarta-feira (11).
No vídeo, Mello destacou que, apesar de avanços recentes, como a retomada do plano de saúde para dependentes de terceirizados e melhorias no transporte, a ausência de um mecanismo que assegure o pagamento de salários segue sendo uma falha grave.
Entre as propostas defendidas pelo Sindipetro-LP estão:
Depósito antecipado da folha salarial pelas contratadas;
Criação de um fundo garantidor para cobrir pagamentos recisórios em caso de inadimplência;
Inclusão de cláusulas de caução salarial nos contratos de terceirização.
Apesar dos lucros bilionários da Petrobrás, trabalhadores e trabalhadoras continuam expostos a incertezas financeiras devido a falhas na política de contratação. A Petrobrás possui os recursos necessários, mas precisa priorizar aqueles que mantêm suas operações funcionando.
A retenção de valores de medições das obras realizadas pela empresa por parte da Petrobrás é um dos fatores cobrados pelo sindicato, uma vez que a empresa deveria liberá-las para pagamento dos contratados. Enquanto isso, trabalhadores enfrentam dívidas crescentes e a ausência de pagamentos regulares, impactando suas vidas e compromissos financeiros. No Litoral Paulista, a terceirizada empregava cerca de 250 pessoas que agora se encontram sem salários e benefícios.
O Sindipetro-LP cobra uma atuação efetiva da gerência da unidade e do contrato para solucionar o problema. A Petrobrás precisa assumir sua responsabilidade ao permitir contratações com empresas sem capacidade financeira para honrar compromissos dessa magnitude.
Como enfatizou Fábio Mello, é hora de priorizar os trabalhadores que sustentam as operações da Petrobrás diariamente. Caso as reivindicações não sejam atendidas, a categoria está disposta a recorrer à greve como resposta definitiva a insatisfação de geral.
O recado está dado: se as alterações não forem feitas nos contratos, é greve!