Abstenção
FNP, FUP e Conttmaf orientam os beneficiários da AMS, aposentados, pensionistas e trabalhadores da ativa a não participarem do processo eleitoral da Associação que administra o plano de saúde da categoria
As entidades representativas dos petroleiros e dos marítimos — Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário e Aéreos, na Pesca e nos Portos (Conttmaf) — vêm a público, mais uma vez, tratar sobre os problemas em relação a Associação Petrobrás de Saúde (APS) e anunciar que manterão a posição de abstenção nas próximas eleições da associação, assim como o foi feito em 2023.
A orientação também é para que trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas não participem do pleito, em protesto às dificuldades que estamos enfrentando para tornar o estatuto da Associação mais democrático e acabar com a discriminação contra os próprios associados que não têm garantida a paridade de representação entre os membros eleitos e indicados, na composição dos Conselhos.
O Grupo de Trabalho (GT) foi criado em 2023 e é composto por representantes das entidades e da empresa, com o objetivo de revisar o estatuto da APS e propor alterações no modelo de gestão do plano de saúde de Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS).
O GT foi criado na tentativa de reduzir os efeitos da mudança unilateral promovida pela empresa em 2019, quando o plano deixou de ser administrado diretamente pelo RH da Petrobrás (um modelo autogestionado) para ser entregue à APS, entidade criada sem diálogo com os trabalhadores.
Na prática, a transição ignorou os interesses de aposentados, pensionistas e ativos, e precarizou a representatividade desses grupos no processo de gestão da Associação.
“O GT segue emperrado e não houve avanços reais nas mudanças necessárias no estatuto da APS”, destaca Adaedson Costa, secretário-geral da FNP.
A crítica central gira em torno da ausência de democracia e da desconsideração da contribuição financeira dos trabalhadores para o plano — atualmente responsáveis por cerca de 30% do custeio.
Para Paulo César, representante da FUP, essa participação implica, necessariamente, no direito à voz e voto nas decisões que impactam diretamente no plano de saúde dos trabalhadores.
Diante deste cenário, FNP, FUP e Conttmaf reafirmam que não irão validar um processo eleitoral anti-democrático.
A abstenção, mais uma vez, é uma ferramenta de resistência e pressão por uma reforma real na governança da APS.
Para mais informações, confira também a posição das entidades em relação à eleição da APS de 2023:
https://fnpetroleiros.org.br/gt-ams-entidades-sindicais-pleiteiam-interrupcao-das-eleicoes-na-aps/