Segunda sexta do mês
Na segunda sexta-feira de agosto, comemoramos o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Offshore — neste ano, no dia 8 de agosto. A data é simbólica para quem atua em plataformas, sob condições desafiadoras e longe da família. Mais do que uma homenagem, esse dia representa uma oportunidade de reforçar a luta por direitos, reconhecimento e valorização.
Durante os congressos regionais dos sindicatos filiados e no Congresso Nacional da FNP, foi aprovada uma proposta de ACT que visa garantir o pagamento de feriado do turno (Cláusula 15 – Feriado Turno), com a seguinte redação: a Companhia pagará todos os feriados nacionais, estaduais e municipais trabalhados com adicional de 100%.
A proposta busca corrigir uma injustiça histórica. Trabalhadoras e trabalhadores embarcados não têm o privilégio de escolher quando trabalhar — e frequentemente são escalados durante feriados. Reconhecer esse esforço com o devido adicional não é favor, é justiça.
Além da valorização financeira, é preciso dar visibilidade às condições enfrentadas diariamente por quem trabalha offshore. Os desafios são muitos — e se intensificam entre os profissionais contratados, que exercem as mesmas funções operacionais, mas são submetidos a escalas mais rígidas e menor tempo de descanso.
Enquanto os empregados próprios da Petrobrás atuam, em sua maioria, sob a escala 14x21 (14 dias embarcados por 21 em terra), os contratados operam em regime 14x14, com apenas duas semanas de folga. Esse modelo impõe um ritmo desgastante e compromete a recuperação física e emocional, agravado pelo confinamento, pela distância da família e pelos riscos naturais do ambiente offshore.
A jornada embarcada é de 12 horas diárias, em turnos alternados entre dia e noite, com exposição contínua a calor extremo, ruído, produtos inflamáveis e alta pressão operacional. Além disso, há o sobreaviso constante, mesmo fora da jornada, e a cobrança ininterrupta por resultados — sem que isso, muitas vezes, se reflita no reconhecimento salarial ou nas condições de trabalho.
É nesse cenário que reafirmamos o valor do Dia do Trabalhador Offshore: uma data que deve marcar não apenas a resistência, mas também o avanço da categoria rumo à isonomia, ao respeito e à dignidade.
Chegou a hora de transformar simbolismo em conquista concreta. O pagamento integral de feriados, a valorização do trabalho embarcado, a ampliação das folgas para quem está sob regime de embarque mais exaustivo — tudo isso precisa estar no centro das negociações do ACT.
Neste 8 de agosto, vamos lembrar: quem mantém a produção ativa em alto-mar merece mais que homenagens. Merece direitos garantidos, descanso digno, valorização real e o respeito de toda a sociedade.
Parabéns, petroleiros!