Empresa será chamada para reunião
O Sindipetro-LP recebeu com indignação as reclamações dos trabalhadores do Terminal da Alemoa, em Santos, diante da nova orientação adotada pela gestão local. Havia um entendimento consolidado de que, em operações com navios de gasolina e gás GLP — reconhecidas pela alta criticidade —, seria acionado um reforço de operador para acompanhar todo o período do turno. Essa medida, construída em diálogo com a categoria, tinha como objetivo garantir a segurança operacional e apoiar o grupo de turno de forma integral.
Historicamente, essa prática foi fundamental para compensar a redução do quadro de pessoal na unidade. Antes, quatro operadores atuavam nos consoles; hoje, são apenas dois. O reforço, chamado de operador de apoio — um posto eventual, acionado especificamente para operações críticas — sempre trabalhou lado a lado com o grupo, permanecendo durante todo o turno (das 7h às 19h ou das 19h às 7h), participando da preparação e da execução da operação, além de estar à disposição para imprevistos.
A decisão recente da gestão rompe com essa lógica. Agora, o apoio não acompanha mais o turno: ele é convocado apenas para a janela específica da operação, podendo ser chamado para chegar de madrugada ou liberado logo após o encerramento da tarefa, mesmo que isso ocorra no meio da noite ou de madrugada. Essa mudança desconsidera a segurança, expõe os trabalhadores a deslocamentos em horários críticos e desrespeita o acordo construído com a categoria.
A situação se agrava nas operações com o queimador de COV (Compostos Orgânicos Voláteis), equipamento intimamente ligado ao carregamento de gasolina e classificado como crítico, já tendo histórico de acidentes. O acerto feito com a gerência previa que, a cada operação desse tipo, também haveria operador extraordinário durante todo o turno, justamente para reforçar a atenção e prevenir incidentes.
Com a nova diretriz, se um navio termina a operação antes do previsto, o apoio é dispensado após poucas horas de trabalho; se a operação começa mais tarde, o trabalhador é convocado apenas no momento da atracação, mesmo estando de folga e sem qualquer regime de sobreaviso — o que torna a convocação facultativa e dependente do interesse do próprio operador.
O resultado é insatisfação generalizada, insegurança operacional e o risco de inviabilizar o próprio apoio, já que a atratividade dessa escala especial desaparece quando o trabalho deixa de ser integral e previsível. O Sindipetro-LP repudia a postura da gestão da Alemoa, exige a retomada do acordo anterior e reforça que segurança operacional se constrói com respeito à categoria e às condições pactuadas coletivamente. Para isso, o sindicato irá oficiar a gestão do Terminal da Alemoa solicitando uma reunião urgente, a fim de tratar do cumprimento integral do que foi inicialmente pactuado.