ACT 2025-2026
Na sexta-feira (15/08), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniu com o RH da Petrobras, no Edifício Senado (Edisen), no centro do Rio de Janeiro, para apresentar e detalhar a pauta de reivindicações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026. O encontro ocorreu antes da abertura formal das negociações e teve como objetivo esclarecer pontos sensíveis e urgentes demandados pela categoria, além de garantir que a companhia conheça de forma aprofundada as prioridades dos trabalhadores.
Logo no início da reunião, o RH informou que não tinha autorização para iniciar tratativas sobre o ACT naquele momento. Segundo os representantes da empresa, a convocação deste encontro teve caráter técnico, com a presença de áreas como o Jurídico e o SMS, além das subsidiárias, para dirimir dúvidas específicas sobre as reivindicações apresentadas. A Petrobras também afirmou ainda não ter uma data definida para o início oficial das negociações.
A diretoria da FNP reforçou que espera transparência e boa-fé negocial por parte da companhia, respeito às cláusulas já existentes no ACT e reconhecimento à dedicação de toda a força de trabalho da companhia (incluindo aposentados e pensionistas que ajudaram a construir a Petrobras).
Entre as demandas apresentadas pela FNP, estão: recomposição de efetivo; primeirização; HETT; melhores condições para o trabalho offshore; regramento do teletrabalho; isonomia entre empresas do Sistema Petrobras; valorização dos aposentados; fim dos Planos de Equacionamentos de Déficits (PEDs) na Petros; extinção da escala 6×1 nas empresas terceirizadas; banco de horas; adicional por tempo de serviço; melhorias em políticas e profissionais de saúde mental; e a pauta das mulheres, construída de forma unificada entre FNP e FUP.
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Para o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, o ACT é decisivo para o futuro da categoria e da própria companhia.
“Falar sobre ACT é falar sobre o futuro dos empregados e empregadas da Petrobras, sobre o futuro dos aposentados e pensionistas e, sobretudo, sobre a longevidade da própria empresa”, destacou.
Adaedson também cobrou reparação das perdas salariais acumuladas nos últimos anos, lembrando que, nas gestões anteriores, a categoria sequer recebeu a reposição da inflação de 2019 e 2020, enquanto R$ 217 bilhões foram pagos a acionistas privados somente no ano de 2022.
“Queremos que a Petrobras olhe para nós, empregados e empregadas, como ela olha para os acionistas”, pontuou.
O dirigente ainda defendeu que a Petrobras firme um acordo judicial para acabar com os equacionamentos da Petros, com aporte de recursos no fundo de pensão.
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Já Eduardo Henrique, também secretário-geral da FNP, ressaltou que aguarda outra postura da direção da empresa nas tratativas do Acordo Coletivo de Trabalho, diferente do que ocorreu nas negociações do teletrabalho ao longo do primeiro semestre de 2025.
“Houve uma quebra total de confiança da categoria com a direção da empresa e o RH naquele processo. O que foi feito com as negociações (ou a falta dela), com as pegadinhas, a enrolação e outras coisas ruins marcaram os trabalhadores do administrativo”, disse.
“Um processo de vai e vem que durou meses, sem um esclarecimento real para os trabalhadores sobre a motivação da empresa para implantar mais um dia de trabalho presencial. A falta de negociação culminou em uma greve inédita nesta empresa”, relembrou Eduardo Henrique.
Essa atitude de postergar a resolução dos problemas também é observada no debate sobre a construção de um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para a categoria petroleira, que já demora mais de dois anos e não avança para uma proposta concreta.
Vale lembrar, ainda, que esse é um evidente desrespeito ao compromisso firmado no ACT 2023-2025, haja visto ter celebrado tratar desta pauta logo ao final do último acordo.
Porém, a Petrobras somente retomou essa negociação em junho de 2025 e segue, agora, em agosto, sem nenhuma perspectiva de efetivar uma proposta concreta para os trabalhadores relativa ao PCCS.
A FNP está preparada para a campanha do Acordo Coletivo 2025-2026 e convoca toda a categoria a se mobilizar nesta luta conjunta.
Vamos juntos defender os nossos direitos e conquistar o reconhecimento que merecemos!
FNP, a luta é pra valer!
Fonte: FNP
