Sem solução para "apoio"
Na quarta-feira (27), o Sindipetro-LP esteve reunido com o RH da Transpetro e com a gerência local para tratar novamente da situação do posto de trabalho “apoio”. Diversos trabalhadores relataram que estão sendo convocados para atuar no dia de folga e, poucas horas após o início da atividade, acabam dispensados em razão do término das operações com navios-tanque ou por atrasos e mudanças de programação. O Sindicato ressaltou que os operadores não recebem adicional de sobreaviso e, ainda assim, atendem ao chamado em suas folgas, abrindo mão de compromissos pessoais e do direito ao descanso, tendo como contrapartida apenas a remuneração das horas extras.
O Sindipetro-LP reforçou que o problema central é a falta de efetivo e defendeu o aumento do quadro de operadores, como forma de acabar com convocações em dias de folga e com a prática abusiva de horas extras – que, segundo a própria empresa, já foi até alvo de denúncia externa. O Sindicato também lembrou que essa prática adotada pela gestão local descumpre o que foi acordado com a alta gestão da Transpetro, que havia se comprometido a buscar soluções para reduzir a convocação de trabalhadores em seus dias de descanso.
A empresa argumentou que, finalizadas as atividades que motivaram a convocação, não há justificativa para a permanência do trabalhador durante toda a jornada de 12 horas. O Sindicato refutou essa visão e lembrou que, no intervalo, poderiam ser realizadas atividades como treinamentos no AVA, revisão de procedimentos e apoio operacional, garantindo melhor aproveitamento do tempo.
Durante a reunião, a empresa ainda deu a entender que o acompanhamento das operações no COV seria uma espécie de “favor” concedido ao Sindicato. O Sindipetro-LP rejeitou essa insinuação e reforçou que se trata de uma necessidade reconhecida pela CETESB, portanto uma demanda legítima e obrigatória para a segurança da operação, que a Transpetro precisa assumir.
Outro ponto levantado foi a possibilidade de que a presença de um operador extra no turno fosse vista como “ociosidade” por órgãos de controle, como o TCU. O Sindicato refutou de imediato, explicando que não se trata de tempo ocioso, mas sim de disponibilidade necessária para atender a uma demanda esperada e própria da rotina operacional.